Análise levanta debate: Akaza, o demônio de "demon slayer", é um dos personagens mais honrados da obra
Uma perspectiva incomum sobre Akaza, da série "Demon Slayer", questiona sua posição moral, sugerindo alta honrabilidade.
A personagem Akaza, uma das Luas Superiores no vasto universo de Kimetsu no Yaiba, inspira uma reavaliação de seu código moral. Apesar de sua natureza demoníaca e sua aliança com Muzan Kibutsuji, argumentos recentes sugerem que ele pode ser considerado um dos indivíduos mais honrados de toda a narrativa, superando até mesmo alguns dos Pilares humanos.
Esta ótica contrapõe-se à visão tradicional de Akaza como um antagonista implacável, focado apenas em força e poder. A honra atribuída a ele frequentemente deriva de seus estritos códigos de conduta interna, estabelecidos após sua transformação e sua devoção ao seu antigo mestre, Keizo.
O código de conduta do Terceiro Lua Superior
A integridade percebida em Akaza reside, principalmente, em seu profundo respeito por artes marciais e pela busca contínua do aprimoramento. Ele estabelece um limite claro para suas batalhas: Akaza recusa-se a atacar aqueles que são mais fracos ou que não demonstram força genuína. Essa recusa se manifesta em sua rejeição a lutar contra mulheres e contra caçadores que não atingiram o nível de um Kakushi, o que estabelece um padrão de combate que muitos personagens principais não seguem de forma tão rígida.
Para Akaza, o ato de lutar é um ritual sagrado. Ele idolatra a persistência e a disciplina, qualidades altamente valorizadas nas tradições de combate japonesas. Quando confrontado com Tanjiro Kamado e, posteriormente, com Giyu Tomioka e Iguro Obanai, sua batalha é travada sob regras autoimpostas que visam testar a verdadeira capacidade do oponente, e não apenas dizimá-lo impiedosamente.
Comparação com outros Pilares
A avaliação de sua honra torna-se mais interessante quando comparada à dos Caçadores de Demônios. Enquanto os Pilares são movidos por um senso de dever e vingança em nome da humanidade, alguns demonstram falhas éticas mais significativas em suas interações. Por exemplo, a rigidez extrema e a falta de empatia demonstradas por certos membros da organização com aqueles considerados fracos ou inferiores são pontos que contrastam com a dedicação de Akaza a um código focado na excelência marcial.
O respeito que Akaza mantém por aqueles que morrem lutando bravamente, como visto em seu confronto final, sugere uma admiração pela perseverança que transcende a barreira entre demônio e humano. Essa característica o alinha com ideais de bushido (o caminho do guerreiro), mesmo que ele próprio seja um ser corrompido.
A discussão em torno de Akaza força uma análise mais matizada da moralidade dentro da obra de Koyoharu Gotouge. Se a honra é definida pela adesão inabalável a um código pessoal de conduta, e não necessariamente pelas afiliações morais, o Terceiro Lua Superior certamente ocupa um lugar de destaque, desafiando as categorizações simples de bom e mau que dominam narrativas de heróis e vilões. O legado de Akaza, preso entre a brutalidade demoníaca e o respeito pelo espírito guerreiro, continua a ser um fascinante estudo de personagem.