A ambiguidade moral de tobirama senju e sua criação controversa: O edo tensei
A criação do jutsu Edo Tensei por Tobirama Senju, que exige sacrifício humano, levanta questões sobre sua moralidade não explorada na obra.
A figura de Tobirama Senju, o Segundo Hokage e irmão do Primeiro, é frequentemente apresentada no universo ninja como um estrategista brilhante e desenvolvedor de técnicas cruciais para Konoha. Contudo, um aspecto de seu legado permanece como um ponto de intensa reflexão ética: a invenção do Edo Tensei, a técnica da Reencarnação Impura.
Este poderoso kinjutsu (técnica proibida) traz indivíduos falecidos de volta ao mundo material. O custo para tal feito, no entanto, é severo: requer o sacrifício de um ser humano vivo para servir de receptáculo e a supressão forçada da alma do morto. A natureza fundamental do Edo Tensei envolve experimentação humana e a violação da honra dos que já se foram.
O Paradoxo da Criação Proibida
O paradoxo central reside na maneira como Tobirama é retratado na narrativa em comparação com outros personagens com históricos questionáveis. Enquanto indivíduos como Orochimaru e, em larga escala, Kabuto Yakushi, que utilizaram extensivamente o Edo Tensei, são firmemente classificados como vilões ou moralmente corruptos devido a práticas semelhantes, Tobirama raramente é julgado na mesma balança por ter concebido a técnica.
Observadores apontam que, em essência, a criação do Edo Tensei alinha Tobirama a figuras como Danzō Shimura, outro personagem notório por manipular vidas e utilizar métodos extremos em nome de Konoha. A diferença percebida é a contextualização: Tobirama é visto como um dos fundadores da vila, um líder visionário, enquanto Danzō é retratado como um antagonista das sombras.
A técnica em si é intrinsecamente imoral. Ela sequestra almas e exige sangue, uma prática que, se executada por qualquer outra pessoa, seria universalmente condenada dentro do sistema ninja apresentado.
A Necessidade Versus a Ética
Tentar entender a motivação por trás do desenvolvimento dessa técnica requer analisar o contexto histórico da época das Guerras, quando a fundação de Konoha ainda era recente e a necessidade de poder militar era suprema. Alguns argumentam que a criação foi um ato de pragmatismo extremo, nascido da busca por poder defensivo inigualável, mesmo que à custa de métodos eticamente condenáveis.
No entanto, essa justificativa dificilmente atenua o ato de ter realizado os experimentos iniciais, que inevitavelmente envolveram sacrifícios humanos para aperfeiçoar um jutsu que aprisiona a essência da vida após a morte. A comunidade de análise da obra sugere que a falta de condenação externa a Tobirama, por parte de ninjas de outras nações ou mesmo de seus contemporâneos em Konoha, indica uma aceitação tácita de que os fins justificavam os meios durante a era dos fundadores.
A questão permanece: por que a autoria de uma das técnicas mais sombrias do universo ninja não manchou permanentemente a reputação de Tobirama Senju da mesma forma que manchas similares afetaram outros antagonistas?