Análise comparativa: O embate entre as decepções de animação de one punch man 3 e berserk 2016

A qualidade da animação em produções de anime de longa data é um ponto de tensão constante para os fãs dedicados.

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Analista de Mangá Shounen

27/11/2025 às 09:18

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Análise comparativa: O embate entre as decepções de animação de one punch man 3 e berserk 2016

A discussão sobre a qualidade da animação em adaptações de obras populares frequentemente atinge picos dramáticos, e um comparativo recente emergiu sobre duas produções específicas: a terceira temporada esperada de One Punch Man e a adaptação de Berserk lançada em 2016. O ponto central dessa análise não é o potencial narrativo das histórias, mas sim o desempenho técnico e visual nas telas.

A franquia Berserk, baseada no mangá de Kentaro Miura, possui uma base de fãs fervorosa, que aguarda ansiosamente representações fiéis da sua crueza e escuridão. Quando a versão de 2016 chegou, ela trouxe consigo uma forte controvérsia devido ao uso predominante de animação gerada por computador, ou CGI. Embora o CGI possa ser uma ferramenta poderosa quando bem implementado, muitos espectadores consideraram que a execução em Berserk 2016 resultou em movimentos robóticos e uma estética visual que não honrava o detalhe intrincado do material original.

O dilema da expectativa em animes de sucesso

Por outro lado, One Punch Man estabeleceu um padrão de excelência visual com suas primeiras temporadas, particularmente conhecendo o trabalho primoroso do estúdio Madhouse na primeira leva. A expectativa para a terceira temporada, que deve mudar de estúdio de produção, gera uma ansiedade paralela. O medo não é apenas de uma queda na qualidade, mas de uma alteração drástica no estilo de luta dinâmico e nas expressões exageradas que definem a série.

A comparação entre os dois casos se torna um estudo de caso sobre a pressão da indústria de anime em manter orçamentos e prazos, muitas vezes em detrimento da arte. O legado negativo deixado pelo visual de Berserk 2016 serve como um alerta sobre o que pode acontecer quando a tecnologia substitui a fluidez artesanal. A recepção de um projeto futuro como One Punch Man S3 será inevitavelmente contaminada por essa memória recente.

O cerne da questão reside na fidelidade à visão artística e na capacidade técnica de traduzir sequências de ação complexas em algo visualmente satisfatório. Enquanto Berserk teve que lidar com um estilo visual que se afastou da estética tradicional da animação japonesa, One Punch Man agora enfrenta o desafio de proteger a reputação construída por um nível de animação que foi, por um tempo, inigualável na televisão.

Estudiosos da animação apontam que a escolha entre 2D tradicional e 3D depende menos da tecnologia em si e mais da direção artística que a utiliza. Desse modo, o debate se transforma em uma análise sobre qual seria o desfecho menos desejável para um fã: a má execução de uma nova técnica, como visto em Berserk, ou a potencial perda da identidade visual única de um título consagrado, como se teme para a próxima fase de One Punch Man.

An

Analista de Mangá Shounen

Especializado em análise aprofundada de mangás de ação e batalhas (shounen), com foco em narrativas complexas, desenvolvimento de enredo e teorias de fãs. Experiência em desconstrução de arcos narrativos e especulações baseadas em detalhes canônicos.