Análise da confusão narrativa sobre a traição de rocks d. Xebec e o conceito de "domi reversi"
A recente revelação sobre Rocks D. Xebec levanta questões sobre como sua tripulação percebeu a traição e o conceito de "domi reversi".
Recentes desenvolvimentos na narrativa sobre o lendário pirata Rocks D. Xebec trouxeram à tona um ponto crucial de perspectiva na história de One Piece: a diferença entre a compreensão do leitor e a experiência dos personagens contemporâneos aos eventos. Fica evidente o esforço do autor para sublinhar que ninguém na tripulação de Rocks sequer compreendia a real dimensão do que aconteceu com seu capitão.
Para quem acompanha a jornada, conceitos como “domi reversi” já haviam sido estabelecidos em capítulos anteriores, preparando o terreno para o flashback da God Valley. No entanto, para os membros da tripulação de Rocks, a transformação ou o ato de traição de seu líder parece ter sido repentino e inexplicável, levando-os a acreditar que ele simplesmente enlouqueceu e os abandonou.
A perspectiva interna da tripulação
O impacto emocional e a sensação de abandono são palpáveis nos diálogos reconstruídos. Um pirata aleatório é citado expressando confusão sobre a aparência alterada de Rocks, enquanto outro implora para que ele pare com seus atos. Este cenário de aparente insanidade e ataque mútuo é fundamental, pois serve como a gênese da filosofia de desconfiança mútua que tanto Kaido quanto Big Mom defenderiam mais tarde, baseada na crença de que piratas sempre traem uns aos outros.
Argumenta-se que a eficácia dramática poderia ter sido amplificada se o conceito de “domi reversi” tivesse sido introduzido simultaneamente com o flashback da God Valley. Isso permitiria que o público experimentasse o mesmo choque e falta de entendimento que a tripulação de Rocks vivenciou ao ver seu capitão virar-se contra eles sem aviso prévio, em vez de ter o conhecimento conceitual prévio.
Contextualizando as reações
Este foco na confusão da tripulação ajuda a contextualizar as escolhas de vida de figuras proeminentes como Edward Newgate, o Barba Branca, e Charlotte Linlin, a Big Mom. As perdas e as traições percebidas moldaram suas visões de mundo, justificando as estruturas familiares e hierárquicas que construíram em seus próprios bando. A narrativa sugere que a experiência traumática de testemunhar algo devastador e inexplicável com Rocks foi o catalisador para suas doutrinas.
A profundidade da caracterização de Rocks, embora ainda envolta em mistério, ganha camadas adicionais ao focar no colapso percebido por seus subordinados imediatos. O autor utiliza este evento como um espelho para explorar temas recorrentes na obra sobre confiança, poder e a natureza volátil da busca pela liberdade no mar, temas centrais explorados extensivamente por Eiichiro Oda ao longo de One Piece.