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Análise crítica aponta falhas de lógica na narrativa e estrutura de kimetsu no yaiba

Pontos controversos sobre o exame de admissão, a moralidade de Tanjiro e a logística da organização de caçadores são questionados.

Analista de Mangá Shounen
23/11/2025 às 09:40
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A estrutura narrativa de Kimetsu no Yaiba, apesar de seu enorme sucesso global, tem sido alvo de questionamentos detalhados por parte de analistas de mídia, que apontam inconsistências significativas na construção do mundo e no desenvolvimento dos personagens centrais.

A Controvérsia do Exame de Admissão

Um ponto de crítica concentrado reside no método de seleção da organização de Caçadores de Demônios. O exame inicial, que envia candidatos não treinados a uma floresta infestado de demônios, é visto como profundamente falho e irresponsável. A disparidade de poder é gritante, especialmente quando comparada à situação de Tanjiro, que recebe mentoria direta de um ex-Pilar, garantindo-lhe uma taxa de sobrevivência muito superior à de voluntários aleatórios.

Essa abordagem levanta uma questão ética: o líder da organização, Kagaya Ubuyashiki, arrisca vidas sem o devido preparo, o que pode ser interpretado como um desperdício de potencial humano. Embora se argumente que a escassez de recursos justifique a dureza do teste, a inação dos Pilares aposentados parece surpreendente. Figuras como o pai de Rengoku ou o mestre de Zenitsu poderiam absorver candidatos excedentes, oferecendo treinamento e, simultaneamente, mantendo-se ativos em prol da causa.

A Moralidade e Empatia de Tanjiro

Em relação ao protagonista, Tanjiro Kamado, a crítica se inclina para sua caracterização como excessivamente benevolente, beirando a perfeição irrealista. Seu poder único de sentir as emoções dos demônios através do olfato é considerado um recurso narrativo questionável em termos de lógica interna, especialmente quando comparado a habilidades mais tangíveis, como a audição superdesenvolvida de Zenitsu.

O dilema emocional surge na rápida transição de fúria assassina para empatia profunda no momento da morte do demônio, quando sua história de fundo é revelada. Analistas apontam que, diferentemente de narrativas como Naruto, onde a redenção de vilões é construída com foreshadowing e motivações complexas, a revelação súbita da dor dos demônios em Kimetsu no Yaiba pode parecer forçada ou vazia. A exceção notável mencionada é o arco de Akaza, que apresenta uma tragédia pessoal mais desenvolvida, centrada no amor leal.

Questões Logísticas e Financeiras da Organização

A operação da organização de Caçadores, agindo como uma entidade não governamental, desafia a plausibilidade no contexto histórico retratado. Em um período onde o porte de armas brancas, como katanas, deveria ser estritamente regulamentado, a liberdade com que os membros transitam, portando suas espadas e uniformes distintivos, levanta suspeitas sobre a falta de escrutínio civil ou policial. A aparente tranquilidade com que lidam com o público, mesmo em situações como o arco do trem, sugere uma operação que deveria ser muito mais discreta ou obter suporte oficial.

Além disso, a ausência de tecnologia moderna, como armas de fogo, é um ponto discutido. Embora o simbolismo da espada seja central, a ineficácia de armas convencionais contra certas ameaças poderia ser mitigada com munição especial, como balas infundidas com Minério Escarlate ou extrato de glicínia. A recusa total em considerar armamento alternativo, mesmo para novatos, reforça a ideia de que a organização opera sob uma severa limitação de recursos sem buscar ativamente o financiamento de Lordes Feudais ou do governo, uma omissão logística crucial para sua sobrevivência a longo prazo.

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Tags:

#Desenvolvimento de Personagem #Crítica #Kimetsu no Yaiba #Tanjiro #Exame de Seleção

Analista de Mangá Shounen

Especializado em análise aprofundada de mangás de ação e batalhas (shounen), com foco em narrativas complexas, desenvolvimento de enredo e teorias de fãs. Experiência em desconstrução de arcos narrativos e especulações baseadas em detalhes canônicos.

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