Análise: Como seria demon slayer se cada hashira tivesse um arco de destaque antes da batalha final

A narrativa de Kimetsu no Yaiba, especialmente a adaptação do mangá para o anime, é frequentemente elogiada por seu ritmo ágil e foco incisivo, culminando na épica batalha contra Muzan Kibutsuji. Contudo, essa concisão, embora eficaz, levou a que certos desenvolvimentos de personagens fossem condensados, principalmente nos arcos finais. Uma análise especulativa sugere o impacto que uma expansão narrativa teria, dedicando arcos completos a cada um dos Hashiras (Pilares) antes da chegada ao Castelo Infinito.

O criador da obra, Koyoharu Gotouge, manteve um ritmo acelerado, permitindo que personagens como Rengoku, Tengen, Muichiro Tokito e Mitsuri Kanroji tivessem momentos importantes de glória e desenvolvimento. O Arco do Distrito do Entretenimento (Tengen) e o Arco da Vila dos Ferreiros (Muichiro e Mitsuri) são exemplos disso. No entanto, a ideia de que todos os Pilares tivessem um arco robusto dedicado a eles permitiria uma exploração mais profunda de suas histórias de origem, técnicas respiratórias exclusivas e sacrifícios pessoais antes do grande clímax.

Maior aprofundamento dos Pilares

Momentos cruciais da série poderiam ser reestruturados para dar espaço a personagens como Giyu Tomioka, o Pilar da Água, cuja jornada interna e sua relação com Sabito foi abordada de forma mais sutil. Um arco focado em Giyu poderia explorar com mais detalhes seu trauma inicial e a filosofia pela qual ele luta para se manter à parte do grupo.

Da mesma forma, Shinobu Kocho, a Pilar do Inseto, cuja força reside em sua inteligência e venenos em vez de poder bruto, mereceria uma sequência dedicada. Expandir seu arco permitiria detalhar melhor a preparação de seu veneno e a complexidade de sua vingança contra Douma, o Lua Superior responsável pela morte de sua irmã, Kanae.

Obanai Iguro, o Pilar da Serpente, e Sanemi Shinazugawa, o Pilar do Vento, são outros dois que poderiam se beneficiar enormemente de mais tempo de tela. As motivações complexas de Obanai, ligadas ao seu passado sombrio e à sua lealdade a Mitsuri, poderiam ser construídas lentamente, aumentando o peso emocional de seus embates futuros. Já Sanemi, conhecido por sua fúria incessante contra demônios, poderia ter um mergulho profundo em sua raiva, talvez através de um confronto específico que force uma mudança em sua abordagem combativa antes do Castelo Infinito.

Impacto na Cronologia e Tensão Narrativa

A introdução de arcos individuais para cada Hashira, mantendo os eventos finais da obra praticamente intactos, implicaria um aumento significativo na duração da história principal. Isso poderia significar encontros mais prolongados com as Luas Superiores em encontros separados, testando a resistência da organização Caçadora de Demônios em múltiplas frentes antes da convergência final.

A satisfação sentida ao ver um personagem como Kyojuro Rengoku, o Pilar das Chamas, lutar seria, de certa forma, ampliada. Se sua bravura já foi comovente em sua breve aparição, um arco completo dedicado a ele poderia estabelecer ainda mais profundamente o ideal de bravura que ele representa, tornando seu destino subsequente ainda mais ressonante para aqueles que acompanham a jornada de Tanjiro Kamado.

Adicionar esse conteúdo exigiria um ajuste no desenvolvimento de Tanjiro, que precisaria amadurecer sob a sombra e o treinamento diferenciado de cada Pilar em seu respectivo arco. Essa reestruturação priorizaria a construção de mundo e a profundidade do esquadrão, resultando em uma transição para a batalha final carregada de maior investimento emocional por parte do público em relação a todos os Hashiras envolvidos.