Análise profunda sobre o destino final de guts em berserk: Morte ou redenção após a vingança?
A complexidade psicológica de Guts levanta questões cruciais sobre seu desfecho ideal na obra, ponderando se a paz viria com a morte.
A jornada de Guts, o protagonista de Berserk, é definida por um sofrimento inigualável e uma busca incessante por vingança contra Griffith e as mãos de Deus. Essa trajetória brutal tem gerado profundas reflexões sobre a natureza de um final satisfatório para o Espadachim Negro, focando-se não apenas na concretização de seus objetivos, mas no custo existencial dessa luta.
A questão central que permeia a narrativa é se a libertação final de Guts viria através do ato de matar seus inimigos ou se o fardo acumulado ao longo de sua vida o tornaria inelegível para uma paz duradoura. Um ponto de vista argumenta que, dada a profundidade de seus traumas e a natureza demoníaca de sua existência atual, a morte seria, paradoxalmente, o único desfecho verdadeiramente restaurador.
O peso da existência do Espadachim Negro
O escritor de teorias sugere que, após cumprir sua vingança, Guts estaria genuinamente melhor morto. Essa perspectiva reconhece que a experiência de Guts transcende a mera sobrevivência. Ele carrega não apenas cicatrizes físicas, mas uma carga espiritual que o desconecta da humanidade comum. Continuar vivendo após a catarse final da vingança poderia significar encarar um vazio existencial, um estado talvez pior do que o esquecimento.
Em narrativas épicas, frequentemente se espera que o herói viva para testemunhar o novo mundo que ajudou a construir. Contudo, em Berserk, a obra de Kentaro Miura (Kentaro Miura) subverte essa expectativa. A narrativa parece sugerir que a paz para personagens marcados com tamanha escuridão, como Guts, só pode ser alcançada no repouso eterno.
Um desfecho harmonioso na ausência
Visualizar o momento do fim como um simples ato de deitar-se e exalar o último suspiro após a batalha final é visto como um encerramento perfeito para a intensidade de sua vida. Tais momentos de rendição pacífica, mesmo na morte, ressoam com a temática de sacrifício de Berserk. Isso se distingue de outros protagonistas de fantasia que, após a vitória, assumem papéis de liderança ou encontram amores redentores, como visto em muitas obras de alta fantasia.
A genialidade da escrita da série, segundo essa análise, reside justamente em não forçar um final clichê de felicidade contínua. A obra trata a violência e o trauma de forma visceral, e seria coerente com seu tom sombrio se o preço final da liberdade fosse a própria vida do herói. O debate se concentra, portanto, na definição de “final feliz” em um universo onde a esperança é um luxo obtido a um custo inimaginável.