Análise aprofundada revela conexões entre a técnica 'domi reversi' de imu, oni e a origem dos gigantes

Uma análise recente sobre os eventos mais recentes na trama aponta para uma interconexão profunda entre a misteriosa habilidade de Imu, conhecida como Domi Reversi, e a ancestralidade das raças notáveis do mundo, como os Gigantes de Elbaph e, possivelmente, os Buccaneers.

A chave para decifrar essa conexão reside na tradução da frase latina Domi Reversi, que pode ser interpretada literalmente como “eu retornei ao lar”. Curiosamente, a aplicação desta técnica observada até agora ocorreu sempre em locais de origem dos alvos: Elbaph para os Gigantes de Elbaph e God Valley para o Clã Davy. Este padrão sugere que a eficácia da habilidade pode estar intrinsecamente ligada ao território natal do indivíduo.

O Significado do Latim e a Iconografia Demoníaca

A escolha de Imu por termos em Latim não é inédita, visto que seu sobrenome, Nerona, remete ao imperador romano Nero. O Latim possui um peso histórico considerável, sendo a língua litúrgica da Igreja Católica Romana e a língua oficial do antigo Império Romano. Na ficção, essa historicidade e formalidade frequentemente a associam ao universo do oculto e dos demônios, como visto em obras clássicas como a Divina Comédia de Dante Alighieri.

Embora os títulos de Imu evoquem aspectos celestiais, suas aparições, especialmente quando manifestadas sobre Gunko, remetem à iconografia teológica do Diabo ocidental: chifres, asas de morcego e um tridente. A habilidade Domi Reversi parece converter pessoas em seres que se assemelham a esses demônios, ou akuma, que significa “demônio” em japonês. Uma interpretação alternativa para o nome da técnica sugere que ela não se refere ao local de uso, mas sim ao efeito: “retornar” os afetados à sua verdadeira essência ancestral.

Gigantes, Oni e a Origem Demoníaca

O visual dos demônios criados por Imu compartilha semelhanças marcantes com os Gigantes Antigos, apresentando chifres e dentes afiados. O arco de Elbaph tem focado na pureza da linhagem dos gigantes, evidenciando a valorização do sangue dos Gigantes Antigos, como demonstrado na segregação matrimonial entre Herald e Estrid.

No folclore japonês, existe a figura dos Oni, frequentemente traduzidos como “ogros” ou “demônios”. Epitétos como “Ogro Azul” e “Ogro Vermelho” para Dorry e Brogy alinham os Gigantes a essa mitologia. A descrição clássica dos Oni - pele vermelha ou azul, chifres e presas - espelha o design tanto dos Gigantes Antigos quanto dos demônios de Imu.

A teoria sugere que os Gigantes Antigos descendem de uma raça original do planeta, os próprios demônios, sendo os gigantes atuais uma “versão domesticada”, semelhante à relação entre lobos e cães. Coincidentemente, os Oni também são frequentemente associados à morada no inferno.

Pandemônio e a Ligação Inesperada com Rocks

A convergência temática do “lugar dos demônios” se intensifica com o ataque de Rocks, Pandæmonium. O termo é o nome da capital do Inferno no épico Paraíso Perdido de John Milton, e sua tradução grega sugere “lugar de todos os demônios”. Mesmo na leitura alternativa do kanji, que sugere “Maldição do Abismo”, o Abismo é um sinônimo de região infernal.

O fato de Rocks, e não Imu, utilizar um ataque com nomenclatura infernal, reforça a suspeita de que ele também possuía sangue de Gigante Antigo ou uma linhagem paralela ligada aos Buccaneers, dada a menção da importância especial do Clã Davy. Isso leva à hipótese central: Domi Reversi não transforma as vítimas em demônios, mas sim as “retorna” à natureza de seus ancestrais demoníacos, caso possuam o sangue dos Gigantes Antigos. A atitude extrema de Harald, ao arrancar seus próprios chifres após ver Rocks sob o efeito da técnica, seria uma reação de pavor, buscando cortar qualquer elo com essa herança demoníaca que ele teme que o transformará.

A Ascensão da Magia como Terceiro Pilar de Poder

Paralelamente a essas descobertas sobre linhagens, observa-se a consolidação de um novo sistema de poder no universo da obra. Após o foco inicial em Akuma no Mi e a subsequente centralidade do Haki, os recentes eventos sugerem a introdução de uma terceira fonte de poder: a Magia, ou seu equivalente local. Manifestações como círculos mágicos para teletransporte e o uso de um grimório por Imu assemelham-se a tropos clássicos de fantasia mágica, onde o uso de Latim para os nomes dos feitiços é comum. Esta nova fronteira de poder parece se alinhar com as origens demoníacas e ancestrais exploradas na teoria de Imu e dos Gigantes.