Análise estratégica: Por que um método de coleta alternativa não foi usado para obter os jinchūriki
A eficácia do Kamui na saga de Naruto levanta dúvidas sobre sua não utilização para capturar os bijū.
Uma análise detalhada dos eventos que circundam a coleta dos Jinchūriki, os hospedeiros das Bestas com Cauda (Bijuu) na série Naruto, frequentemente resgata uma interrogação tática central: a aparente omissão do uso da técnica Kamui, uma das habilidades espaciais mais poderosas já apresentadas.
O Kamui, um Dōjutsu do Mangekyō Sharingan, permite ao seu usuário transportar objetos e seres para uma dimensão de bolso, com potencial teoricamente ilimitado para a remoção imediata de alvos. Dada a dificuldade e os altos custos de confrontos diretos com os Jinchūriki, a lógica sugere que esta habilidade poderia ter simplificado drasticamente a missão de capturá-los.
O poder e as limitações do Kamui
O Kamui, notavelmente empregado por Obito Uchiha e Kakashi Hatake, oferece a capacidade de desmaterializar alvos, enviando-os para uma dimensão paralela. Em teoria, um usuário de alto nível, com compatibilidade ocular total, poderia absorver um Jinchūriki inteiro sem a necessidade de subjugar a Besta com Cauda ou envolver grandes forças militares.
Contudo, a aplicação prática da técnica apresenta barreiras significativas que podem explicar seu não uso em larga escala para esse fim específico. O primeiro fator é o custo de chakra. Habilidades do Mangekyō Sharingan consomem quantidades massivas de energia, limitando a frequência e a duração do uso, especialmente em campanhas prolongadas.
A questão do tempo de ativação e alvos em movimento
Embora o Kamui seja poderoso, ele exige acurácia de mira, especialmente contra alvos em alta velocidade. A maioria dos Jinchūriki, como Naruto Uzumaki em sua forma Kyuubi inicial ou Killer B, são rápidos e imprevisíveis em combate. A técnica espacial de transporte imediato funcionaria melhor contra alvos estáticos ou previsíveis, como demonstrado em interações menores na série.
Além disso, é crucial considerar o estado desejado dos alvos. Se o objetivo final era extrair a Bijuu, sugere-se que o portador precisava estar vivo e relativamente intacto para o processo altamente invasivo de separação da Besta com Cauda. A desmaterialização total pelo Kamui poderia resultar na destruição irreversível do hospedeiro, tornando-o inútil para o plano maior da organização criminosa. As estratégias empregadas focaram em batalhas abertas, forçando a transformação completa, o que garantia a preservação do corpo para a extração posterior.
Previsibilidade e revelação tática
Um motivo adicional para a contenção do uso do Kamui reside no fator surpresa e na contenção de informações. A revelação prematura de um poder tão definitivo, capaz de neutralizar quase qualquer oponente através da dimensão, poderia ter alertado as vilas ocultas restantes sobre a verdadeira extensão dos recursos do inimigo. Manter certas habilidades como trunfos para momentos cruciais, como o confronto final, é uma tática militar clássica. O foco em táticas mais tradicionais, como o selamento ou a força bruta, permitiu mascarar a dependência de poder ocular específico.
A estratégia preferencial, portanto, parece ter sido priorizar a captura efetiva dos Jinchūriki, mesmo que fosse mais desgastante, assegurando a integridade final do corpo para a concretização do plano mestre, em detrimento da velocidade que o Kamui poderia oferecer, mas com riscos desconhecidos de destruição colateral ou exaustão rápida de recursos energéticos.