Análise a fundo da filosofia de sucessão do príncipe benjamin no universo de hunter x hunter

Uma análise detalhada da postura do Príncipe Benjamin, um dos herdeiros do trono de Kakin no universo de Hunter x Hunter, aponta para uma filosofia de liderança singularmente focada no mérito e na força do reino, em detrimento do legado pessoal ou da linhagem direta.

Ao contrário do que o direito de primogenitura sugere, Benjamin demonstra um profundo desinteresse em garantir o trono simplesmente por ser seu filho. Sua verdadeira preocupação reside na preservação da Árvore de Kakin e na garantia de um monarca poderoso e capaz de sustentar o país. Essa mentalidade o coloca em rota de colisão com seus irmãos, visto que ele avalia seus potenciais sucessores com um rigor implacável.

Rejeição ao merecimento por nascimento

O Príncipe Benjamin expressa um desprezo notável por aqueles que se apoiam apenas em seu parentesco com o monarca. Essa visão fica evidente em sua interação com o irmão, Tserriednich, por quem não demonstra respeito. Observadores atentos, como Shimano, notaram que Benjamin estende um nível de cortesia a seus adversários que Tserriednich jamais recebeu, indicando que o tratamento dispensado é uma medida direta da competência percebida.

A indignação do príncipe se transforma em fúria assassina quando confrontado com a pretensão de outros herdeiros, como Cammila, que ela mesma se considera merecedora do trono. Para Benjamin, ser filho de um monarca não confere automaticamente as qualidades necessárias para um bom rei, nem mesmo o respeito básico.

A Validação dos Aconselhadores

A forma como Benjamin se relaciona com seus conselheiros oferece outra chave para sua ideologia. Ele eleva Balsamico a um status de igualdade. O texto visual da obra reforça essa paridade de poder, com ambos sendo frequentemente enquadrados lado a lado, com Balsamico chegando a ser retratado na cabeceira da mesa em certas ocasiões. As decisões proferidas por Benjamin parecem alinhar-se perfeitamente ao julgamento de seu conselheiro, sugerindo uma parceria baseada em competência mútua.

Adicionalmente, sua habilidade Nen, “Those Who Inherit The Stars” (ou Benjamin Baton), indica um desejo de absorver apenas as habilidades e o espírito daqueles que ele escolhe e respeita, carregando esse legado sozinho como rei. Isso contrasta drasticamente com o Príncipe Halkenburg, cujos seguidores compartilham a marca da pena como símbolo de um fardo coletivo e de ideais compartilhados para desmantelar a monarquia.

O Paradoxo da Sobrevivência e a Herança do Poder

Existem especulações sobre a natureza cíclica da monarquia de Kakin, sugerindo que o Rei Nasubi seria uma encarnação contínua, tendo sua consciência transferida para o filho mais forte via a Seed Ceremony. No entanto, a teoria mais intrigante reside na capacidade de Benjamin impedir esse ciclo.

A habilidade Nen do príncipe, com referências diretas ao conto O Curioso Caso de Benjamin Button, sugere uma sobreposição de tempo e experiência. A interpretação é que, ao se tornar rei, a habilidade Benjamin Baton permitiria que sua consciência e todo o seu Nen fossem transferidos diretamente para o próximo herdeiro de seu sangue após sua morte. Benjamin, portanto, buscaria garantir seu reinado de forma perpétua, forçando sua vontade e experiência a sobrescreverem o sucessor, garantindo que o monarca continue sendo uma versão aprimorada de si mesmo.

Essa perspectiva sobre a ambição de Benjamin o estabelece como um dos personagens mais calculistas na luta pelo trono de Kakin, utilizando suas habilidades inatas para transcender os limites da sucessão biológica e assegurar seu ideal de um Kakin forte sob sua visão ditatorial, não importando o corpo que o reine.