Análise irônica: Como os protagonistas de berserk navegariam no universo digital da internet

A complexa e sombria tapeçaria do mangá Berserk, obra-prima de Kentaro Miura, frequentemente inspira especulações sobre como seus icônicos personagens responderiam a cenários mundanos, como o uso da internet moderna. Transportar figuras moldadas pela brutalidade medieval e batalhas épicas para a era da conectividade digital revela contrastes fascinantes e perfis comportamentais intrinsecamente ligados às suas personalidades e jornadas.

O Espadachão solitário e o mundo online

Guts, o Espadachão Negro, cuja vida é definida pela sobrevivência implacável e desconfiança profunda, teria uma relação tensa e reativa com o ambiente digital. Sua presença, se inevitável, seria discreta e possivelmente focada em ferramentas altamente funcionais, desprovidas de vaidade. Ele provavelmente veria as redes sociais como um pântano de informações irrelevantes e hipocrisia, preferindo canais anônimos.

É concebível que Guts utilizasse a internet primariamente para fins logísticos: rastrear informações sobre apóstatas, buscar suprimentos difíceis de encontrar ou consultar bases de dados históricas sobre alquimia e artes marciais. Qualquer perfil público seria mantido com um rigor quase paranoico, com a imagem de perfil sendo, talvez, apenas uma silhueta escura ou o ícone da Besta de Ferro. Ele não postaria nada sem um motivo vital, e qualquer interação seria curta, direta e carregada de sarcasmo ou desafio.

A ambição de Griffith e o marketing de influência

Griffith, o Falcão Branco, seria, sem dúvida, um mestre em manipular o espaço digital. Seu carisma inato e sua obsessão pela criação de seu próprio reino se traduziriam perfeitamente no uso estratégico de plataformas de mídia social. Ele entenderia instantaneamente o poder do branding pessoal e da construção de narrativas convincentes.

Para Griffith, a internet seria sua nova Aldebaran: um palco global. Seus posts seriam curados meticulosamente, focando em sua visão messiânica e na imagem de um líder inatingível e benevolente. Ele dominaria as técnicas de engajamento, transformando seguidores em verdadeiros devotos. Suas contas seriam repletas de imagens esteticamente perfeitas, discursos inspiradores e, inevitavelmente, um véu sutil de propaganda para mascarar suas verdadeiras intenções. A ascensão ao status de celebridade digital seria apenas um passo preliminar para o domínio maior.

Os outros membros da Tropa do Falcão e a tecnologia

Outros personagens também apresentariam comportamentos distintos. Casca, com sua lealdade feroz e natureza prática, tenderia a ser mais reservada online, focada em grupos de utilidade ou comunicação direta com seus aliados mais próximos, evitando o circo público. Rickert, o jovem prodígio da tecnologia da época medieval, seria o único genuinamente entusiasmado com o potencial da web. Ele provavelmente estaria envolvido em fóruns de programação ou engenharia, tentando recriar mecanismos avançados com os recursos limitados da época.

Já Farnese, dada sua natureza inquisitiva e sua busca por autoconhecimento e redenção, poderia se aprofundar em fóruns filosóficos ou esotéricos, buscando respostas para dilemas morais complexos, talvez até mesmo tentando anonimamente desvendar os mistérios do mundo sobrenatural que a cerca. Suas pesquisas seriam intensas, mas mantidas estritamente privadas, refletindo sua luta interna entre o dogmatismo e a verdade empírica sobre ocultismo e psique humana.

Em suma, a introdução da internet na narrativa de Berserk serviria como um espelho amplificado das facetas mais sombrias e brilhantes da humanidade, onde a manipulação e a busca por significado se manifestam em novos teclados e telas, mas com as mesmas motivações primárias de poder e sobrevivência que movem o mundo de fantasia.