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Análise retrospectiva: Como as histórias de 'kimetsu no yaiba' se encaixariam no contexto da segunda guerra mundial

Exploramos as implicações narrativas de um mundo com caçadores de demônios durante os conflitos globais da década de 1940.

Analista de Mangá Shounen
30/10/2025 às 10:03
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A premissa de Kimetsu no Yaiba, ambientada principalmente no período Taishō do Japão (1912-1926), inevitavelmente levanta questões fascinantes sobre sua continuidade narrativa, especialmente quando se considera o período subsequente: a Segunda Guerra Mundial (1939-1945). Como teriam sobrevivido os remanescentes da Corporação de Extermínio de Demônios (Demon Slayer Corps) durante um conflito humano de tal magnitude?

O período Taishō, que antecede a guerra, já era marcado por tensões políticas e uma crescente militarização no Japão, fatores que poderiam ter influenciado as ações dos caçadores. Se a organização estivesse ativa durante a ascensão do nacionalismo japonês, seria plausível imaginar que alguns membros, ou mesmo sobreviventes, poderiam ter sido cooptados ou se alinhado ao governo japonês da época, ainda que de forma clandestina.

A Luta Oculta versus o Conflito Aberto

A principal dúvida reside na natureza da guerra travada pelos caçadores: uma batalha secreta contra entidades sobrenaturais. Enquanto a nação se engajava na guerra contra outras potências, os Hashira e outros membros dedicados precisariam decidir se a ameaça dos demônios continuaria sendo a prioridade absoluta. Para aqueles que juraram proteger a humanidade, a tentação de usar suas habilidades para influenciar ou participar do esforço de guerra aberto seria grande.

Por outro lado, a filosofia central da antiga organização sempre foi a discrição. Manter a existência dos demônios em segredo era fundamental, e envolver-se em conflitos militares humanos poderia comprometer essa missão. Talvez uma facção de caçadores tenha optado por permanecer estritamente na sombra, focando em erradicar os demônios remanescentes em áreas isoladas, longe dos grandes centros urbanos impactados pelo conflito ou pelos bombardeios.

O Destino dos Sobreviventes da Era Taishō

Personagens como Tanjiro Kamado, Nezuko, Zenitsu e Inosuke, se tivessem vivido até a década de 40, teriam quase certeza de enfrentar o colapso da Ordem estabelecida no final do período Taishō. A guerra trouxe imensa tragédia e deslocamento populacional. Os demônios, criaturas que se alimentam de humanos, poderiam ter encontrado um ambiente ainda mais fértil em meio ao caos e à escassez.

Além disso, a tecnologia bélica avançada, como aeronaves e novas armas, introduzida durante a Segunda Guerra Mundial, levanta a questão de como os caçadores adaptaram suas técnicas ou como essas novidades afetaram os demônios remanescentes. Um demônio enfrentando metralhadoras ou explosivos seria um desafio diferente dos espadachins da era Meiji e Taishō.

A narrativa sugere que a era dos demônios e seus caçadores chegou ao fim com a derrota de Muzan Kibutsuji. Contudo, a simples existência de seres sobrenaturais poderosos em um dos períodos mais sombrios da história humana oferece um rico campo para especulação sobre lealdade, sobrevivência e o eterno esforço para proteger a fragilidade humana, seja contra monstros de carne e osso ou contra os horrores orquestrados pelos próprios homens. Analisar esse período oferece uma perspectiva única sobre o preço da paz e da normalidade em momentos de crise global.

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Tags:

#Kimetsu no Yaiba #Debate #Segunda Guerra Mundial #Sobreviventes #Japão Império

Analista de Mangá Shounen

Especializado em análise aprofundada de mangás de ação e batalhas (shounen), com foco em narrativas complexas, desenvolvimento de enredo e teorias de fãs. Experiência em desconstrução de arcos narrativos e especulações baseadas em detalhes canônicos.

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