Análise da polêmica em torno da cena do soco sério no arco final de one-punch man
A representação do 'Serious Punch' entre Saitama e Garou gerou críticas focadas na quebra de ritmo e coerência da velocidade dos personagens.
A culminação do arco da Associação de Monstros (MA) em One-Punch Man, marcada pelo confronto final entre Saitama e Garou, recentemente reacendeu debates intensos sobre a execução narrativa de momentos cruciais. Embora a resolução dramática, incluindo a intervenção de Blast e o teletransporte dos combatentes, tenha sido aceita por alguns, a técnica utilizada no clímax gerou atrito significativo com parte da audiência.
O ponto central da crítica reside na pacing, ou ritmo, do evento. Quando Saitama e Garou estavam prestes a desferir seus golpes mais devastadores, a narrativa introduziu uma série de reações e movimentações de personagens secundários, notavelmente Blast, que parecem contradizer a premissa de velocidade absoluta estabelecida para os protagonistas.
A Incoerência da Velocidade Absoluta
A expectativa fundamental para esse duelo é que os movimentos de Saitama e Garou são, em teoria, instantâneos. O argumento sustenta que, se a distância entre os dois era mínima antes do impacto final, a intervenção de terceiros deveria ser impossível, a não ser que houvesse uma anulação temporal explícita.
A sequência de eventos questionada envolve:
- A aparente surpresa de Blast diante da situação.
- O fato de Blast ser momentaneamente repelido pelo ataque.
- As subsequentes reações de exaustão ou esforço de Blast.
- O tempo necessário para que Blast interagisse, conversasse e agradecesse a outros heróis presentes.
Para os espectadores mais atentos, o tempo gasto nessas reações secundárias subtrai a imponência do 'Serious Punch'. Um ataque de tal magnitude, que supostamente transcende as leis conhecidas de física dentro do universo da obra, deveria ter sido resolvido em uma fração de segundo percebida, sem margem para a coreografia complexa que foi apresentada com Blast.
Equilíbrio entre Ação e Drama
Apesar dessa pontualidade na crítica de ritmo, muitos apreciadores da saga continuam a defender o arco MA como um todo, reconhecendo o desenvolvimento de personagens e a escala épica das batalhas. O desejo, contudo, se concentra em ver uma representação mais fiel à velocidade descomunal dos personagens centrais em momentos decisivos, evitando que elementos externos pareçam retardar um evento que é, por definição, imediato.
A gestão do clímax, portanto, é vista como um momento onde a necessidade de justificar a intervenção de heróis nível S, como Blast, resultou em uma hesitação coreográfica que dissonou da potência dos personagens envolvidos no soco final, deixando uma impressão duradoura sobre a fluidez da ação.