Análise da recepção de segunda temporada de animes populares destaca pontos fracos e fortes da animação e da narrativa

Acompanhamento detalhado de uma avaliação de fã aponta sucesso na ação, mas críticas à consistência do CGI e ao desenvolvimento dos pilares secundários.

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Analista de Mangá Shounen

16/12/2025 às 10:00

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A análise detalhada da experiência de acompanhar a animação de um dos shonen de maior destaque do momento, até o arco mais recente, revela um equilíbrio entre excelência técnica em momentos cruciais e deslizes notáveis em outros aspectos da produção. Definitivamente, a qualidade da animação foi um fator de peso, entregando sequências de luta de tirar o fôlego.

A Fluidez das Batalhas e as Controvérsias do CGI

As batalhas intensas se destacaram como pontos altos da produção. Especificamente, o confronto entre Tengen e as Luas Superiores, assim como o início da batalha entre Muzan e os Hashiras, foram massivamente elogiados pela coreografia e impacto visual. No entanto, a qualidade nem sempre foi constante, visto que o uso de computação gráfica (CGI) gerou controvérsias, sendo percebido por alguns como mais prejudicial do que benéfico em certas cenas.

Desenvolvimento de Personagens e Sentimentalismo

Um ponto sensível na avaliação diz respeito à profundidade dada aos personagens de apoio, particularmente os Pilares (Hashiras). Embora a morte precoce de um personagem como Rengoku tenha sido sentida, percebe-se uma falta de tempo de tela dedicado a construir laços emocionais profundos com o restante do grupo. Isso dificulta a conexão sentimental do espectador com o destino desses guerreiros. Em contraste, personagens como Gyomei se destacaram pela força bruta e apelo imediato, mas o conhecimento sobre clãs importantes, como o clã Ubuyashiki, ainda é desejado para enriquecer o background da história.

Narrativa: Entre o Clássico e a 'Armadura de Enredo'

A estrutura narrativa geral é considerada sólida, honrando os tropos clássicos do gênero shonen. O protagonista, Tanjiro, consegue evitar a irritação comum em personagens excessivamente positivos. Seu histórico, conectado à técnica da Respiração do Sol (Sun breathing), atua como o principal motor de interesse na jornada. Contudo, a suspensão de descrença é testada repetidamente devido a conveniências narrativas flagrantes, ou o que se convencionou chamar de 'armadura de enredo'.

Listamos alguns dos momentos que ilustram essa flexibilização das regras internas da obra:

  • A capacidade de Inosuke de manipular seus órgãos internos.
  • A sobrevivência improvável de Tengen em combates extremos.
  • A resiliência de Tanjiro, lutando com lesões graves como pés quebrados.
  • A persistência de Nezuko, uma demônio, em sobreviver à luz do sol sem sofrer danos letais.

Apesar dessas licenças poéticas na trama, muitos espectadores estão dispostos a aceitá-las em prol da progressão da história, ecoando a aceitação de aspectos similares na jornada de Muzan.

Trilha Sonora Cativante

Além da qualidade visual e narrativa, o componente musical recebeu elogios significativos. As músicas de abertura, especialmente as da primeira temporada e as do arco do Trem Infinito (Mugen Train Arc), foram categorizadas como excepcionais, servindo como um impulsionador energético para o início de cada episódio.

Em suma, a obra mantém uma base forte, focada em ação bem animada e um núcleo de protagonista carismático, mas o refinamento no desenvolvimento de elenco secundário e a gestão de conveniências drásticas na trama são pontos que continuam a gerar discussões sobre seu potencial máximo.

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Analista de Mangá Shounen

Especializado em análise aprofundada de mangás de ação e batalhas (shounen), com foco em narrativas complexas, desenvolvimento de enredo e teorias de fãs. Experiência em desconstrução de arcos narrativos e especulações baseadas em detalhes canônicos.