Análise revela que o conceito de romance é uma construção social recente, potencializada pela tecnologia

A noção moderna de romance é vista como um fenômeno relativamente novo, cujas dinâmicas de relacionamento foram alteradas drasticamente pela tecnologia.

Analista de Anime Japonês
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27/12/2025 às 18:45

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Uma perspectiva intrigante sobre as relações interpessoais sugere que o romance, tal como idealizado na cultura contemporânea, é uma construção social bastante recente na história humana. Essa visão argumenta que, historicamente, as uniões matrimoniais eram motivadas primariamente por fatores pragmáticos em vez de um ideal sentimental profundo.

Estrutura social versus afeto idealizado

A formação de casais, antigamente, parecia ser ditada por uma matriz de necessidades sociais, econômicas e de proximidade geográfica. Fatores como status social relativo, capacidade financeira ou simples vizinhança eram os pilares das alianças. Há relatos de comunidades pequenas e isoladas onde a escolha do cônjuge era quase pré-determinada, refletindo a rigidez das circunstâncias sociais da época.

Nesse contexto, o casamento funcionava mais como um arranjo estratégico para garantir a continuidade de linhagens ou a união de recursos, algo bem documentado em diversas sociedades antigas e medievais, onde o amor romântico era, muitas vezes, um luxo ou, em alguns casos, uma complicação a ser evitada.

O impacto da modernidade e da tecnologia

O texto aponta que essa tendência de casamentos baseados em conveniência foi exacerbada pela ascensão da tecnologia moderna. Embora a tecnologia tenha facilitado conexões em escala global, ela também pode ter simplificado ou, ironicamente, intensificado a análise fria de parceiros em potencial, baseada em perfis e dados, desviando ainda mais a atenção do que seria o afeto espontâneo.

A tecnologia atua como um catalisador, mudando a dinâmica de apresentação e seleção mútua, o que reforça a ideia de que a escolha é um processo de filtragem de critérios, mesmo que mascarado sob a roupagem do dating romântico atual. Esta filtragem pode remeter, ainda que em um contexto diferente, à triagem por status e capacidade vista em épocas anteriores.

Reflexos na ficção: o caso de Naruto

Essa análise das relações baseadas em circunstâncias estende-se à observação de narrativas ficcionais. Ao analisar as relações amorosas em obras como o mangá e anime Naruto, percebe-se que muitas uniões parecem mais alinhadas com a proximidade de vida, deveres ou funções dentro do grupo social (a vila ninja), do que com um desenvolvimento romântico profundo e explorado.

As motivações para a formação dos casais, dentro da estrutura da série, são frequentemente interpretadas como reflexos das necessidades narrativas e da organização social do universo criado, colocando o dever e a convivência acima do desenvolvimento do sentimento romântico idealizado. Isso sugere que, mesmo em mundos fantásticos, as estruturas de relacionamento da vida real historicamente influenciam como as histórias de amor são contadas e, consequentemente, como o romance é percebido no imaginário popular.

Analista de Anime Japonês

Analista de Anime Japonês

Especialista em produção e elenco de animes e filmes japoneses originais. Possui vasta experiência em cobrir anúncios de elenco, equipe técnica e trilhas sonoras de produções de nicho, focando na precisão dos detalhes da indústria.