Análise aprofundada da série animada de virtua fighter: Arcos de personagem, mudanças visuais e o final inconclusivo

A adaptação animada da franquia de jogos de luta Virtua Fighter, que foi disponibilizada pela Discotek Media, representa uma visão notavelmente diferente da experiência vista nos arcades e consoles. Longe de ser apenas uma tradução das batalhas, a série construiu um enredo ambientado em um mundo de ação, aventura e comédia, contando inclusive com a adição de um novo mascote, o esquilo voador Alexander.

Foco em Relacionamentos e Dinâmicas Centrais

Um dos aspectos mais comentados da narrativa são os desenvolvimentos românticos que ganharam espaço significativo na trama. Notavelmente, estabeleceu-se uma relação de afeto entre Akira Yuki e Pai Chan, enquanto Kaga Maru e Sarah Bryant também desenvolveram fortes laços. A primeira temporada introduziu inicialmente um triângulo amoroso envolvendo Akira Yuki, Pai Chan e Sarah Bryant durante os episódios 3, 5 e 6. Inicialmente, Sarah demonstrava um interesse por Akira, mas essa chama se apagou rapidamente após o sequestro de Kage-Maru, evento que a fez direcionar seus sentimentos ao ninja.

Os quatro focos iniciais da série eram Akira, Pai Chan, Jacky e Sarah Bryant. Contudo, a proeminência de Kage-Maru, que apareceu em 16 episódios a mais que os demais lutadores centrais, leva a considerá-lo um protagonista principal, como evidenciado em pausas de cena.

Mudanças de Estilo e Visuais de Personagem

Observações críticas apontam para a consistência visual dos personagens. Durante a primeira temporada, Pai Chan é mencionada como a única personagem principal que nunca vestiu seu traje de luta característico, algo que mudou apenas na segunda temporada, o que pareceu inconsistente para alguns observadores.

A transição para a Segunda Temporada trouxe consigo um salto temporal de três anos, resultando em uma mudança perceptível no estilo artístico para refletir o amadurecimento dos personagens. Enquanto as novas aparências de Akira, Jacky, Lion e, especialmente, Pai Chan como jovens adultos foram bem aceitas, o redesenho de Sarah Bryant gerou controvérsia. Houve uma clara inconsistência na representação facial de Sarah a partir do terceiro episódio, com variações gráficas que pareciam indicar falta de padronização na produção japonesa da época.

O Epílogo Inesperado e o Chamado à Continuação

A ausência de dublagem em inglês para a segunda temporada é um ponto lamentado, pois muitos apreciariam ouvir as mesmas vozes da primeira fase, embora os legendas tenham garantido a compreensão da trama. Mais significativa, contudo, é a forma como a segunda temporada foi encerrada.

O episódio final deixou uma sensação de cliffhanger (gancho narrativo), finalizando com a mensagem “Continued Your Next Game Stage” (Continuado Seu Próximo Estágio de Jogo). Críticos sugerem que o final foi apressado, especialmente no confronto com o chefe final, Gold Dural. Um desfecho mais substancial poderia ter se beneficiado de uma temporada com 24 episódios, o que permitiria explorar melhor o destino dos lutadores após a derrota da organização Cabal.

Ideias de desfecho propostas incluem:

• Pai Chan e Jacky Bryant retomando suas carreiras respectivas.
• Lion Rafale definindo seu próprio caminho sem a influência do pai.
• Sarah retornando à faculdade, talvez acompanhada por Kage-Maru, que poderia iniciar uma vida nova após a dissolução do clã Hagakure, abrindo caminho para um futuro juntos, talvez até um casamento.
• Akira continuando seus treinamentos, com Alexander se juntando a ele, e um reencontro romântico com Pai Chan à beira-mar ao pôr do sol.

Dada a longevidade da franquia Virtua Fighter desde 1993, existe um desejo por um retorno da série animada, tal qual ocorreram revivals de outras obras clássicas, para amarrar as pontas soltas deixadas mais de duas décadas atrás.