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Análise de semelhanças visuais entre símbolo em berserk e artefatos da antiga mesopotâmia

Pesquisas apontam semelhanças intrigantes entre o icônico 'símbolo do sacrifício' de Berserk e tabuletas proto-cuneiformes de Uruk.

Analista de Mangá Shounen
09/11/2025 às 19:42
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Uma análise comparativa de iconografia antiga e elementos narrativos do mangá Berserk revelou uma potencial intertextualidade visual surpreendente. O símbolo graficamente poderoso, conhecido na obra como a Marca do Sacrifício, que marca aqueles destinados ao Eclipse, apresenta uma similaridade notável com gravuras encontradas em artefatos da Suméria, especificamente tabuletas proto-cuneiformes datadas de cerca de 5.000 anos atrás, provenientes da antiga cidade de Uruk.

A descoberta lança luz sobre a profundidade da pesquisa visual que parece fundamentar a complexa mitologia criada por Kentaro Miura, o lendário autor de Berserk. Enquanto o enredo foca na tragédia épica e nas relações humanas sob o peso de um destino cruel, os símbolos que regem essa cosmologia parecem beber de fontes históricas e arqueológicas muito mais profundas do que se imaginava.

A Iconografia do Sacrifício

O autor da descoberta visual comparou a complexa marca que assola os personagens condenados com representações pictóricas encontradas em tabletes da Mesopotâmia pré-cuneiforme, usados em contextos administrativos e possivelmente rituais naquele período inicial da civilização humana. Argumenta-se que a estrutura abstrata e a disposição geométrica dos traços na antiga inscrição Urukiana ecoam, de maneira perturbadora, a forma do selo inserido no universo de Berserk.

A sociedade de Uruk, um dos primeiros centros urbanos complexos da humanidade, produziu uma vasta quantidade de registros que servem como base para o entendimento da escrita e da organização social primitiva. A utilização de um símbolo tão antigo, mesmo que inconscientemente por parte do criador, sugere uma ressonância arquetípica com conceitos de pacto, destino selado e oferenda, temas centrais tanto na história mesopotâmica quanto na narrativa gótica de Miura.

Diálogo entre Eras

A suposta inspiração não diminui o mérito da obra, mas sim a enriquece. Autores de fantasia e horror frequentemente buscam referências em mitologias antigas para conferir peso e autenticidade aos seus mundos ficcionais. A incorporação de um visual que remonta às primeiras formas de escrita conhecidas confere à Marca do Sacrifício uma aura de inevitabilidade quase histórica.

A arte de Miura sempre foi elogiada por sua atenção aos detalhes medievais e renascentistas, mas a conexão com a antiguidade pré-cristã, anterior à escrita alfabética, adiciona uma nova camada de interpretação sobre a natureza do mal e do pacto no enredo. É notável como um conceito visual simples, adaptado para o horror dos séculos posteriores, pode ter raízes tão remotas no registro da própria civilização humana. O estudo desses paralelos visuais abre portas para futuras análises acadêmicas sobre a influência da arqueologia na cultura pop contemporânea, especialmente em obras de alcance global como Berserk, cuja influência se estende por décadas.

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Tags:

#Berserk #Miura #Plágio #Uruk #Hieróglifos

Analista de Mangá Shounen

Especializado em análise aprofundada de mangás de ação e batalhas (shounen), com foco em narrativas complexas, desenvolvimento de enredo e teorias de fãs. Experiência em desconstrução de arcos narrativos e especulações baseadas em detalhes canônicos.

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