Análise crítica aponta falhas no sistema de poder de bleach em comparação com outros animes shonen

A estrutura de poder dentro do universo de Bleach tem sido objeto de análise e debate, especialmente quando contrastada com sistemas estabelecidos em franquias como Hunter x Hunter, Naruto ou Dragon Ball. A principal crítica levantada reside na percepção de que, em Bleach, a habilidade inerente e a sorte de possuir uma Zanpakutō, Quincy ability ou Fullbring particularmente poderoso tendem a anular o esforço e o domínio das técnicas fundamentais pelos combatentes.

Ao observar animes concorrentes, nota-se uma ênfase maior na adaptabilidade e no desenvolvimento contínuo. Em Hunter x Hunter, por exemplo, a essência do Nen reside na criatividade; o limite real de um usuário é a sua imaginação ao aplicar conceitos complexos. Similarmente, personagens em Naruto, mesmo que beneficiados por linhagens sanguíneas poderosas como o Sharingan, possuem um caminho aberto para o aprimoramento ou até mesmo a aquisição de novas habilidades, como os Jutsus ou as Bestas com Cauda.

A primazia da habilidade inata

A contrapartida em Soul Society e Hueco Mundo aponta para um sistema mais rígido. Técnicas secundárias, como o Kidō para os Shinigami, os feitiços Quincy ou as habilidades Hollow, parecem insuficientes para compensar uma desvantagem fundamental na atribuição de poder primário. A narrativa sugere que, independentemente do quão bem um personagem domine esses fundamentos secundários, se sua Liberação da Zanpakutō (Shikai ou Bankai), sua Resurrección ou seu Schrift for inerentemente fraca, o potencial máximo de ascensão é limitado.

Um exemplo frequentemente citado para ilustrar este ponto é a figura de Gremmy Thoumeaux. Apesar de ter pouca familiaridade ou treinamento em diversas técnicas Quincy, sua habilidade conceitualmente avassaladora, a Visionary, o coloca instantaneamente entre os mais fortes. Este cenário sugere um desbalanceamento onde a sorte genética ou o acaso na manifestação do poder supera anos de dedicação tática e técnica.

Treinamento versus Oportunidade

Personagens que investiram pesadamente em aprimoramento técnico, como Renji Abarai ou Rukia Kuchiki, eventualmente alcançam altos escalões, mas em muitos momentos cruciais, sua progressão é ofuscada por adversários cujo poder é definido puramente pela potência de sua capacidade de ativação única. Isso gera a sensação de que todo o empenho dedicado ao domínio da espada ou ao estudo de estratégias complexas pode ser drasticamente reduzido pelo fator sorte.

Essa rigidez inerente ao sistema de poder de Bleach contrasta com a filosofia presente em outras grandes obras de fantasia onde quase qualquer indivíduo, com a vontade e a inteligência certas, pode transpor os limites impostos pela sua origem. A dicotomia entre o esforço direcionado às artes marciais e a dependência de uma técnica singular poderosa define uma das características mais polarizadoras dentro da franquia de Tite Kubo. Para entusiastas da progressão constante baseada em mérito técnico, esse foco no poder inato pode parecer um fator limitante na construção de força dentro do cenário de Bleach.