A complexa definição de 'underdog': A análise do status de naruto uzumaki na narrativa
Uma análise aprofundada revela as contradições na percepção do protagonista de Naruto como alguém que nunca foi um azarão, apesar de superar inúmeros desafios.
A figura de Naruto Uzumaki, o sétimo Hokage e protagonista da aclamada série Naruto, frequentemente provoca um debate recorrente sobre seu verdadeiro status na hierarquia de poder e aceitação social de Konoha. Embora a narrativa frequentemente o posicione como um indivíduo destinado à grandeza, há uma linha tênue entre ser um prodígio com potencial latente e ser um underdog, ou azarão, em momentos cruciais da jornada.
O paradoxo da superação
Sustenta-se a ideia de que Naruto jamais foi um azarão, apontando para sua linhagem e a posse de habilidades inatas que o favoreceram. Contudo, a defesa de que ele sempre foi um underdog reside justamente na percepção de seus rivais e antecipação de resultados em confrontos específicos. A base do argumento reside na discrepância entre esses dois pontos de vista.
Se, por um lado, é inegável que Naruto aprendeu técnicas poderosas em tempo recorde e possuía vantagens significativas, como a influência da Nove Caudas, por outro, ele atravessou a maior parte de sua infância e início de carreira ninja enfrentando ceticismo generalizado. A comunidade o via como inferior, um fardo social devido à criatura selada dentro de si, um fator que o qualificava como pária.
Desafios táticos e sociais
A análise de suas batalhas iniciais frequentemente revela situações onde a vitória não era esperada pelos observadores externos ou até mesmo por ele próprio. Enfrentar Kiba Inuzuka no exame Chunin, por exemplo, colocou-o em desvantagem tática inicial contra um adversário mais preparado no combate corpo a corpo e no uso de estratégias de equipe. De forma semelhante, sua luta contra Neji Hyūga, onde as crenças de destino e predestinação de Neji se opuseram à força de vontade de Naruto, o colocava como o azarão ideológico e, em parte, técnico.
Mesmo contra adversários como Haku, a dependência de soluções de última hora ou o resgate de aliados sublinha a ideia de que o sucesso não era garantido pelas habilidades consolidadas, mas sim pela superação de obstáculos iminentes. Para os críticos, argumentar que Naruto não era o azarão nessas ocasiões contradiz a premissa de que ele não deveria vencer aqueles confrontos de acordo com as expectativas estabelecidas na época.
A dualidade do status
O ponto central da reflexão é que o conceito de underdog pode ser multifacetado na ficção. Naruto pode ter sido um prodígio em desenvolvimento de Chakra ou em aprender novos jutsus, adquirindo vantagens de poder mais rapidamente que alguns companheiros, como Sakura Haruno, por exemplo. No entanto, a marginalização social era uma constante inegável.
Enquanto alguns fãs focam estritamente na métrica de poder bruto, esquecem que a jornada do herói na obra de artísta Masashi Kishimoto sempre envolveu uma batalha contra o preconceito e a baixa expectativa de todos ao seu redor. Assim, ser um underdog socialmente, mesmo possivelmente não o sendo em todos os aspectos de poder, cria uma complexidade narrativa que define grande parte do apelo do personagem para a audiência.