Analisando a mecânica do tsukiyomi: O que ocorreria se um usuário cego fosse pego pelo genjutsu supremo?

O Tsukiyomi Infinito, a manifestação máxima do Mangekyō Sharingan de Itachi Uchiha, é célebre por sua capacidade de aprisionar a vítima em um mundo onírico de dor e tempo distorcido, manipulando todos os cinco sentidos através de um simples olhar.

Esta técnica, que reside no reino dos genjutsus de alto nível no universo de Naruto, depende fundamentalmente da percepção visual para sua ativação e manutenção. A questão fascinante que surge, portanto, é se este poder manteria sua eficácia contra um indivíduo que não possui visão funcional, como um ninja legalmente cego.

A dependência sensorial do genjutsu

Genjutsus, em sua estrutura básica, geralmente sequestram o fluxo de chakra no sistema nervoso central do alvo, explorando as vias sensoriais para criar uma realidade falsa e convincente. Para a grande maioria dos ninjas, essa exploração começa com a luz entrando nos olhos. Se o receptor não pode receber estímulos visuais, a base primária da ilusão é, teoricamente, removida.

No entanto, o nível de poder do Tsukiyomi sugere que ele transcende a mera manipulação da luz captada pelas pupilas. Poderes oculares como o Sharingan e o Rinnegan demonstram uma conexão direta com a mente e o fluxo de chakra interno, muitas vezes ignorando barreiras físicas.

Como o Tsukiyomi manipula a percepção?

Ao analisar os efeitos conhecidos do Tsukiyomi, percebe-se que ele não apenas cria imagens, mas força o cérebro a experienciar dor, emoções e a passagem do tempo de maneira extrema. Um ninja cego, privado da capacidade inerente de 'ver' no sentido literal, ainda possui um sistema neurológico e um fluxo de chakra que podem ser invadidos.

Argumenta-se que, se for aplicado, o genjutsu poderia focar em outros sentidos primários, como a audição ou o tato, para construir a ilusão. Por exemplo, em vez de 'mostrar' a tortura, o Tsukiyomi poderia 'fazer' o alvo sentir a dor excruciante através de impulsos nervosos induzidos diretamente, simulando a experiência de ser dilacerado, mesmo que a informação visual nunca tenha chegado ao cérebro. O cérebro reagiria à dor simulada como se fosse real.

A aplicação de chakra versus a capacidade ocular

A eficácia de um genjutsu de tal magnitude reside na incompatibilidade do alvo em diferenciar o influxo de chakra do genjutsu da realidade. Um ninja que já confia fundamentalmente em outros sentidos, como um usuário do Byakugan ou um ninja sensorial, poderia até reagir de maneira diferente ao estresse neurológico.

Por outro lado, a ausência de visão pode, ironicamente, tornar o indivíduo mais vulnerável a outras formas de manipulação sensorial, já que os recursos mentais não estão sendo desviados para processar dados visuais constantes. O ataque direto ao sistema límbico, onde as emoções e a sensação de dor são processadas, permanece acessível, independentemente da acuidade visual. Assim, embora o elemento visual seja anulado na entrada do ataque, o núcleo da experiência do Tsukiyomi - a tortura mental e temporal - permaneceria intacto, sendo traduzido por outros canais sensoriais simulados.