Ausência notável de personagens clássicos de naruto na narrativa de boruto gera questionamentos

A transição narrativa de Naruto Shippuden para a sequência, focada em Boruto: Naruto Next Generations, trouxe mudanças significativas no panorama de personagens centrais. Uma das questões mais persistentes entre os observadores da obra é o virtual desaparecimento de figuras proeminentes da fase anterior, como Kakashi Hatake, Tsunade, e o restante da Geração 11 de Konoha.

Enquanto Naruto Shippuden, apesar de focar em novas gerações, ainda dedicava momentos para atualizar o status dos ninjas mais velhos, o mangá de Boruto parece ter adotado uma abordagem mais radical. Personagens que foram pilares da história original e que mantêm um nível de poder considerável, como o Sexto Hokage, parecem ter sido efetivamente removidos do campo de ação principal.

O Efeito do Foco Narrativo

Essa ausência não é apenas uma questão de envelhecimento dos protagonistas. É uma escolha editorial que prioriza o desenvolvimento da nova geração, Boruto Uzumaki, Sarada Uchiha e Mitsuki, frente às ameaças inéditas. No entanto, ao marginalizar completamente os heróis estabelecidos, cria-se um vácuo perceptível no universo que eles ajudaram a moldar.

Para muitos, é difícil conciliar a existência de ninjas de elite, como Kakashi, que demonstrou ser extremamente hábil mesmo após se aposentar como Hokage, com sua aparente inatividade. A narrativa falha em integrar esses personagens em momentos cruciais, mesmo que pudéssemos esperar que sua força e experiência fossem relevantes contra novos inimigos, como a organização Karma ou os Otsutsuki.

A Relevância dos Antigos Kages e Equipes

A Geração Konoha 11 - que inclui Sakura Haruno, Rock Lee, Shikamaru Nara e outros - representa a linha de frente que salvou o mundo shinobi. O cérebro da aldeia, Shikamaru, é frequentemente citado como um dos estrategistas mais capazes do universo criado por Masashi Kishimoto. Sua exclusão de papéis estratégicos importantes, ou a falta de menções sobre sua atuação, sugere uma descontinuidade abrupta na continuidade estabelecida.

A comparação com períodos anteriores da franquia ilustra bem o contraste. Mesmo quando personagens importantes se afastavam temporariamente, havia sempre um vislumbre de seu paradeiro ou de seus novos papéis. Em Boruto, a impressão predominante é que estes antigos protagonistas foram simplesmente deixados de lado, diminuindo o peso do legado que eles carregam sobre os ombros da nova geração.

A estratégia narrativa, embora visa focar no presente e futuro de Konoha, corre o risco de alienar parte do público que nutre forte apego aos personagens que construíram o mundo que Boruto agora herda. A expectativa permanece sobre se e como essas figuras icônicas terão papéis mais substanciais no desenvolvimento futuro do mangá, especialmente à medida que as ameaças se tornam cada vez mais globais e complexas.