A aparente benevolência de kaguya otsutsuki: Um estudo sobre sua singularidade no clã alienígena
A figura de Kaguya Otsutsuki se destaca por um contraste marcante com a natureza destrutiva de outros membros de seu clã.
A mitologia envolvente de Naruto frequentemente nos apresenta aos Otsutsuki como seres de poder quase divino, cuja principal motivação parece ser a colheita de energia vital dos planetas. No entanto, dentro dessa linhagem celestial, Kaguya Otsutsuki emerge como uma figura notavelmente distinta, gerando questionamentos sobre as raízes de sua aparente benevolência inicial em comparação com seus descendentes e outros parentes conhecidos.
Enquanto seres como Momoshiki e Kinshiki são retratados com uma arrogância fria e uma visão implacável da Terra como mera fonte de alimento, a chegada de Kaguya ao nosso mundo possui um contexto diferente. Ela não veio para consumir imediatamente, mas sim para proteger a Terra do Dez Caudas, uma ferocidade que ela mesma havia contido.
O contexto da chegada e o primeiro conflito
Quando Kaguya desceu à Terra no passado, ainda buscando a paz e a estabilidade, suas ações eram motivadas pelo receio de uma ameaça externa iminente, conforme narrado nos pergaminhos de clã. Essa postura inicial de defesa, em contraste com a subsequente tirania causada pelo poder excessivo do Dez Caudas, sugere que talvez seu caráter original fosse mais alinhado com a preservação do que com a mera conquista. Essa dupla natureza é crucial para entender sua trajetória.
Em narrativas de ficção sobre seres superiores, é comum que a corrupção venha pela posse de poder absoluto. O Chakra, que ela trouxe e distribuiu (inicialmente para unir a humanidade), acabou se tornando a ferramenta de sua opressão. A transição de protetora para ditadora reflete uma queda mais pessoal e menos inerentemente maligna, como parece ser o caso de outros Otsutsuki, vistos como coletores profissionais.
Comparação com a linhagem posterior
Analisando os membros do clã cujas motivações são mais claras, como os ancestrais mais diretos de Sasuke Uchiha e Naruto Uzumaki, observamos uma falta de empatia explícita. A ambição de Momoshiki, por exemplo, é centrada estritamente na eficiência da colheita, sem qualquer apego ao planeta ou seus habitantes. Eles parecem agir por um imperativo biológico ou institucional do clã, uma programação alienígena.
A experiência de Kaguya no planeta, vivendo entre os humanos e testemunhando o desenrolar da história humana, pode ter fomentado um nível de conexão ou, pelo menos, de compreensão que faltou aos invasores posteriores. Essa imersão, seguida pela tentativa de controlar o fluxo de Chakra para evitar o caos, aponta para uma tentativa falha de governança, e não apenas um ato de destruição pura. É um retrato de uma rainha que se torna isolada e paranoica, em vez do predador frio que se esperaria do clã Otsutsuki.
Esta complexidade narrativa permite que Kaguya permaneça como um dos antagonistas mais fascinantes da obra, pois sua maldade não é simples, mas sim o resultado de um poder imenso interagindo com emoções humanas distorcidas pelo medo e isolamento.