A bifurcação do destino em berserk: O que aconteceria se guts impedisse o sacrifício de griffith no eclipse?

O momento do Eclipse em Berserk é o ápice da tragédia para a Tropa do Falcão, um ponto de não retorno que define toda a jornada subsequente de Guts. Este evento catastrófico, no entanto, é frequentemente palco de exercícios mentais sobre o que mudaria se um único ato fosse diferente: o que se Guts tivesse atravessado seu corpo com a espada no coração de Griffith exatamente no instante em que o ritual começou?

A premissa explora uma realidade onde Guts, consumido pela fúria e pelo desejo de vingança ou, talvez, por um instinto protetor tardio, conseguisse efetuar o golpe fatal em Griffith antes que o sacrifício fosse consumado perante os apóstolos e a transformação em Femto se completasse.

O impacto imediato no plano astral

A ascensão de Griffith ao status de Deus da Escuridão, ou Fifth Member of the God Hand, depende intrinsecamente de um sacrifício em massa de almas devotas, orquestrado pela sua vontade de poder e o favor dos Idea of Evil. Se Griffith fosse assassinado fisicamente antes que o portal dimensional se estabelecesse completamente ou antes da invocação chegar ao seu clímax, o resultado seria, no mínimo, anárquico.

Primeiramente, a morte de Griffith impediria a formação da Mão de Deus como a conhecemos. O Côncavo, o reino demoníaco, não teria seu novo comandante imediato da Terceira Geração. Isso poderia levar a uma instabilidade cósmica, com os membros existentes da Mão de Deus (Void, Slan, Conrad e Ubik) tentando preencher o vácuo de poder ou lutando entre si.

O destino de Guts e da Tropa

O sacrifício era o preço da sobrevivência para os membros restantes da Tropa do Falcão. Sem a consumação do Eclipse como planejado, a pressão exercida pelos apóstolos e a influência do Reino Astral sobre o mundo físico seriam dissipadas de forma muito diferente. É provável que Guts e os sobreviventes, como Casca, fossem poupados da maldição da ânsia de sangue e do estigma da marca do sacrifício, que os torna alvos eternos de espíritos malignos.

Contudo, a dor psicológica de Guts permaneceria. A falha em proteger Casca, ou a percepção de que ele não conseguiu impedir a tragédia antes que Guts se afastasse, ainda seria um fardo imenso. A ausência de Griffith como antagonista principal, no entanto, removeria o foco central da vingança que impulsiona a narrativa subsequente do mangá, escrito por Kentarō Miura, um mestre do drama e da filosofia em obras como Brás Cubas.

O ciclo quebrado e a ausência do Berserker Armor

Se Griffith morresse, a necessidade desesperada de Guts pelo Berserker Armor, a armadura que negligencia a sanidade em troca de poder bruto, seria atenuada. A armadura é uma resposta direta ao trauma do Eclipse e à necessidade de lutar incessantemente contra os demônios que agora o caçam e contra Griffith. Sem esse inimigo divino, Guts poderia ter seguido um caminho mais convencional, mantendo sua humanidade e, possivelmente, encontrando paz com Casca em um mundo menos infestado por forças sobrenaturais.

A ausência da figura de Griffith neste novo panorama forçaria a história a redefinir seus temas. A luta contra a fatalidade e o sonho versus a realidade, conceitos centrais de Berserk, seriam abordados através de outros inimigos ou obstáculos, alterando drasticamente o arco épico que se desenrola por décadas na obra original.