A chave para guts derrotar griffith pode não ser poder, mas sim o domínio da calma interior
Uma análise sugere que a solução para Guts superar Griffith reside na maestria emocional e na clareza mental, ecoando seu estado anterior.
Desde que Griffith ascendeu a um patamar quase divino e intocável, o questionamento central entre os admiradores da obra Berserk tem sido: como Guts, um mero humano, poderia infligir dano novamente contra ele?
A resposta especulativa para este dilema não reside no aumento de força, em novas armaduras lendárias ou em aprimoramentos mágicos. Em vez disso, aponta-se para o domínio da Besta das Trevas por parte de Guts e a recuperação do estado de calma e centralidade que ele possuía antes do trágico Eclipse, quando conseguiu derrotar Griffith pela primeira vez.
A clareza que se sobrepõe à força
Um padrão notável é observado em momentos chave. Quando Guts confrontou e venceu Griffith durante a Era Dourada, ele não estava dominado pela fúria, mas sim por uma sensação de certeza e equilíbrio. Um paralelo impressionante ocorre com Rickert, o único que conseguiu atingir fisicamente Griffith após sua transformação, provando que a imunidade divina não é absoluta.
Em ambos os casos, o fator comum é a clareza emocional, e não o ódio irrefui. Esta lucidez parece ser o elemento crucial, sugerindo que a clareza mental pode perfurar barreiras de poder que a força bruta não consegue transpassar.
A armadilha da causalidade e a raiva de Guts
Griffith e a Mão de Deus operam dentro do conceito de causalidade, um sistema alimentado por emoções humanas intensas como dor, ódio e desespero. Sempre que Guts cede ao controle da Besta das Trevas, ele inadvertidamente alimenta a mesma energia que potencializa seu inimigo.
Enquanto Guts for controlado pela sua raiva, ele permanece preso no que é essencialmente um ciclo de destino, lutando contra a própria estrutura que o governa. O caminho para a verdadeira liberdade, e consequentemente para superar essa estrutura, exige o controle dessa escuridão, não a sua supressão, mas sim sua maestria.
O equilíbrio fundamental através de aliados
A jornada de Guts é intrinsecamente ligada a seus companheiros. Schierke representa a clareza espiritual, um farol de discernimento, enquanto Casca simboliza a paz emocional perdida, um elo vital com sua humanidade. Através da influência e do equilíbrio proporcionados por elas, Guts pode finalmente confrontar a Besta interna sem ser consumido.
Esse equilíbrio interior é visto como o catalisador que permite a Guts fundir sua fúria com seu coração. O resultado seria uma vontade que transcende as previsões da causalidade - uma vontade humana verdadeiramente livre. É essa vontade que teria o poder de ferir Griffith seriamente.
O oposto da Ascensão
A Ideia do Mal, a entidade que deu origem ao ciclo de sofrimento, foi forjada a partir da dor e da necessidade humana por um significado maior. Griffith personifica esse conceito, atuando como um falso salvador que exige submissão em troca de estabilidade.
A evolução final de Guts pode ser a manifestação do oposto: um homem que encontra significado intrínseco em sua própria existência, que não necessita de deuses ou vingança para justificar sua luta. Ao alcançar esse estado, Guts não apenas derrotaria Griffith, mas desafiaria a própria Ideia do Mal.
A ironia deste percurso é notável: o momento em que Guts parar de buscar ativamente a vingança é o mesmo momento em que ele finalmente possuirá a força necessária para encerrar o conflito. Esta trajetória encapsula o tema mais profundo de Berserk: a verdadeira força não nasce do ódio, mas sim da compreensão da própria escuridão e da escolha deliberada de se elevar acima dela. Enquanto Griffith alcançou seu poder ao abandonar a humanidade, Guts a superará ao abraçá-la completamente.