Comparação de fidelidade: Qual anime de hunter x hunter se aproxima mais do mangá de togashi?
Analisamos as diferenças entre as adaptações de 1999 e 2011 de Hunter x Hunter e o quão fiéis elas são ao material original.
A obra Hunter x Hunter, criada por Yoshihiro Togashi, é aclamada tanto pela sua complexidade narrativa quanto pelo seu mangá em andamento. Contudo, sua jornada para as telas resultou em duas produções de anime muito diferentes: a versão de 1999 e a de 2011. Para os fãs que acompanham a história, surge a eterna questão: qual adaptação capturou com maior precisão a essência do material impresso?
A versão de 1999, embora tenha um estilo visual mais datado hoje, é frequentemente lembrada por sua atmosfera mais sombria e detalhista em certas sequências iniciais. Por outro lado, a adaptação mais recente, produzida pelo estúdio Madhouse, é celebrada por sua animação moderna e por cobrir um arco significativamente maior da história, chegando mais perto do material publicado até então.
Diferenças de Escopo e Foco Narrativo
A principal distinção entre as duas séries reside na abordagem ao ritmo e à extensão da história. O anime de 1999 dedicou mais tempo aos arcos iniciais, como o Exame de Caçador, permitindo um desenvolvimento de personagens mais lento e, em alguns casos, mais detalhado em contextos específicos.
Observadores notaram, por exemplo, que a edição de 1999 parece ter expandido o tempo dedicado a certas batalhas e interações durante a fase de testes, dando maior destaque a personagens secundários do exame. Um exemplo frequentemente citado é a presença mais prolongada de lutadores como Pokkle e Bodoro no enredo da primeira adaptação. Isso sugere um investimento maior na contextualização do cenário competitivo inicial, antes mesmo de Gon, Killua, Kurapika e Leorio se tornarem caçadores plenamente.
A Maturidade dos Protagonistas
Outro ponto de análise compara a caracterização de membros centrais do quarteto principal. O personagem Leorio Paladiknight, por exemplo, é percebido em certas instâncias da adaptação mais antiga como exibindo maior seriedade ou uma postura mais estoica em momentos cruciais, ainda que seu humor excêntrico seja uma marca registrada em ambas as versões e no mangá.
A adaptação de 2011, por sua vez, priorizou a velocidade para alcançar o material mais recente, o que resultou em condensações de arcos e uma progressão mais acelerada. Enquanto isso garante uma versão mais completa da saga até certo ponto, pode sacrificar a profundidade que algumas cenas ganhavam no ritmo mais lento da versão anterior.
A Questão da Interpretação Direta
Em termos de fidelidade estrita ao roteiro do mangá, a versão de 2011 é geralmente considerada a mais fiel em termos de cobrir o conteúdo canônico que existia até o momento de sua produção. Ela tende a seguir a ordem dos eventos de Togashi com menos desvios criativos que não fossem apenas adaptações de ritmo ou pequenas melhorias visuais.
Entretanto, a fidelidade não se restringe apenas ao que é mostrado, mas também como é mostrado. A edição de 1999, com sua direção mais melancólica e uso mais intenso de trilhas sonoras atmosféricas compostas por Takanori Arisawa, consegue transmitir um tom específico que, para alguns, ressoa com a sensação de perigo e mistério inerente ao mundo dos Caçadores, mesmo que suas narrativas se distanciando pontualmente do texto original.
A escolha entre as duas depende, em última análise, do critério do espectador: se a prioridade é a proximidade cronológica com o mangá e animação moderna, 2011 é o caminho a seguir. Se o foco é uma imersão mais densa, mesmo que mais incompleta, os nove volumes de 1999 oferecem uma experiência distinta e valiosa dentro do universo Hunter x Hunter.