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Análise comparativa: Griffith, de berserk, e johan liebert, de monster, na disputa pela maior manipulação

A complexa arte da manipulação em obras-primas do mangá é contrastada entre dois vilões icônicos.

Analista de Mangá Shounen
18/11/2025 às 21:50
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A análise de personagens moralmente complexos em animes e mangás frequentemente leva a debates intensos sobre a natureza do mal. Duas figuras que constantemente emergem nesse cenário são Griffith, o enigmático líder da Tropa do Falcão em Berserk, e Johan Liebert, o antagonista central de Monster. Embora ambos sejam mestres na arte da persuasão e controle, a metodologia e o objetivo final de sua manipulação sugerem perfis psicológicos distintos e fascinantes de se estudar.

A ambição implacável de Griffith

Griffith, conhecido como o 'Branco Falcão', construiu seu império sobre a admiração cega e o desejo de alcançar seu sonho singular: possuir um reino. Sua manipulação é notavelmente mais performática e baseada em carisma. Ele projeta uma imagem quase divina de perfeição, tornando-se o centro gravitacional emocional e ideológico de todos ao seu redor.

A manipulação de Griffith é intrinsecamente ligada à sua necessidade de poder e sacrifício. Ele utiliza a lealdade genuína de seus seguidores, como Guts e Caska, não para controlá-los por prazer, mas como ferramentas essenciais para ascender ao Eclipse. A natureza de seu 'golpe' final é um ato de manipulação em escala cósmica, onde ele sacrifica o tecido emocional de sua antiga vida em prol de um destino predestinado, ou autoprogramado, como Femto.

O vazio existencial de Johan Liebert

Em contraste, Johan Liebert, de Monster, opera em um nível mais sutil e filosófico. Sua manipulação não visa a posse de um reino físico ou poder institucional, mas sim a desconstrução da fé humana e a incitação ao caos existencial. Johan é a personificação do niilismo.

Enquanto Griffith atrai as pessoas com promessas de glória, Johan seduz expondo as falhas internas de suas vítimas. Ele não precisa de carisma ostensivo; sua força reside em identificar a vulnerabilidade mais profunda ou o trauma oculto de um indivíduo e então oferecer a eles a 'liberdade' de sucumbir ao seu lado mais sombrio. Sua maestria está em fazer com que as vítimas orquestrem sua própria queda, muitas vezes resultando em atos de violência extrema ou suicídio, provando que a ausência de significado é um motivador tão poderoso quanto a busca por um ideal.

Comparando os métodos

A diferença fundamental reside na motivação e no alcance. O sociopata psicopata, Griffith, é um manipulador estratégico que vê vidas como degraus; ele precisa que as pessoas o amem e o sigam ativamente para que seu plano funcione. Sua manipulação é externa e voltada para a conquista de algo tangível (status e poder).

Por outro lado, Johan Liebert é um manipulador puramente ideológico. Ele deseja provar que a humanidade é inerentemente má ou vazia. Ele não exige lealdade; ele apenas remove as barreiras morais. Seus atos são frequentemente realizados por terceiros, tornando-o, em muitos momentos, uma entidade quase mítica, um fantasma que incita a destruição de dentro para fora. Este aspecto faz com que sua influência pareça mais penetrante e difícil de rastrear, diferente da liderança carismática e centralizada de Griffith.

Em suma, enquanto a manipulação de Griffith é espetacular e voltada para o poder terreno e além, a de Johan é silenciosa, destrutiva e voltada para minar a própria fundação da moralidade humana, solidificando ambos como pináculos da escrita vilanesca no mangá japonês.

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Tags:

#Berserk #Manipulação #Griffith #Monster #Johan Liebert

Analista de Mangá Shounen

Especializado em análise aprofundada de mangás de ação e batalhas (shounen), com foco em narrativas complexas, desenvolvimento de enredo e teorias de fãs. Experiência em desconstrução de arcos narrativos e especulações baseadas em detalhes canônicos.

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