A complexa relação entre garp e gol d. Roger sob nova luz: A perspectiva de luffy
Uma análise de painéis icônicos revela a profundidade do conflito geracional vivido por Garp ao ver Luffy admirar Roger.
Uma leitura atenta de passagens visuais em One Piece revela camadas de ironia dramática na história do Vice-Almirante Monkey D. Garp, especialmente no que tange ao seu relacionamento com o falecido Rei dos Piratas, Gol D. Roger.
O cerne da questão reside na intensa rivalidade de uma vida inteira entre Garp e Roger, um conflito que moldou a Marinha e definiu a era dos piratas. Garp dedicou sua existência a caçar e subjugar aqueles que buscavam o mar livre, tendo Roger como seu arqui-inimigo e, ironicamente, um parceiro involuntário em momentos cruciais da história mundial.
O Peso da Admiração Não Correspondida
O que torna a dinâmica particularmente pungente é a relação de Garp com seu neto, Monkey D. Luffy. Narrativas e imagens sugerem que Garp desejava fervorosamente ver Luffy crescer e se tornar o maior dos fuzileiros navais, um símbolo máximo da justiça que ele próprio representava. A intenção seria garantir que a próxima geração da linhagem Monkey fosse a maior força da Marinha.
Contudo, a realidade se mostra infinitamente mais complexa. Ao revisitar a admiração que Luffy nutre por figuras lendárias, percebe-se que o ídolo supremo de seu neto é, justamente, aquele que Garp passou a vida inteira tentando deter: Gol D. Roger. A ambição de Luffy é clara: ele quer se tornar o Rei dos Piratas, o título máximo que Roger estabeleceu.
A Inversão de Valores
Isso subverte completamente as esperanças de Garp. O homem que ele mais queria que seu neto ultrapassasse - Roger, o pirata - tornou-se o referencial de excelência para Luffy. É possível interpretar que, para o jovem Luffy, Roger encarna o ideal de liberdade e aventura que ele tanto preza, enquanto a imagem de Garp se associa ao dever e à restrição, algo inerentemente oposto aos seus objetivos pessoais.
A dedicação de Garp em moldar Luffy para ser a maior ameaça aos piratas, ou, em sua intenção mais idealista, o maior defensor da ordem, contrasta drasticamente com o fato de que ele involuntariamente criou um sucessor espiritual para seu maior rival. A crença de Garp era que Luffy deveria se tornar o mais forte marine, uma declaração que hoje soa como um desejo desesperado de reverter a admiração do neto.
A jornada de Luffy segue um caminho de liberdade absoluta, impulsionado pela fascinação pelas lendas marítimas do passado, incluindo o próprio Roger. Este triângulo - Garp, Roger e Luffy - ilustra um profundo conflito geracional e ideológico, onde o legado familiar é esmagado pela aura irresistível do pirata mais famoso da história, conforme evidenciado em momentos-chave do mangá criado por Eiichiro Oda.