Crise na produção da terceira temporada de one punch man expõe tensões entre estúdios, comitês de produção e fãs

O tumulto em torno de One Punch Man 3, com problemas de qualidade e assédio a diretores, revela um problema estrutural na indústria de anime, apontando para comitês de produção.

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Analista de Mangá Shounen

28/10/2025 às 08:02

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A produção da terceira temporada de One Punch Man (OPM) se tornou um ponto de intensa frustração para a comunidade de anime, marcada por episódios de qualidade inferior, cenas de ação incompletas e relatos de pressão extrema sobre a equipe criativa. A situação culminou com relatos de que um dos diretores renunciou à sua conta na rede social X (antigo Twitter) devido a assédio enquanto lidava com prazos restritos e orçamentos apertados.

Essa turbulência recente evoca comparações com desafios enfrentados por outras grandes produções, como a adaptação da fase final de Attack on Titan (AOT) pelo estúdio MAPPA. A decepção com a qualidade final frequentemente atinge os espectadores, especialmente aqueles familiarizados com o material original em mangá, que esperam ver a excelência visual vista anteriormente.

O verdadeiro culpado: Greed corporativa versus talento artístico

Apesar da frustração palpável com a animação atual, há um argumento crescente de que a culpa não deve recair primariamente sobre os estúdios de animação, diretores ou animadores individuais. Estes profissionais, muitas vezes, são forçados a aceitar projetos sob condições consideradas insustentáveis no mercado atual.

O cerne do problema é frequentemente direcionado aos comitês de produção, que incluem grandes empresas como Bandai, Kodansha e Shueisha. A crítica principal reside na suposta ganância dessas entidades, que priorizam a maximização do lucro ao impor cronogramas de adaptação agressivos, resultando em um ambiente de trabalho infernal para os criadores. Essa pressão leva a um ciclo vicioso de desgaste da equipe e sacrifício da qualidade do produto final.

É considerado particularmente prejudicial quando o público direciona sua raiva a funcionários da linha de frente, como animadores, cujas mãos estão atadas pelas decisões financeiras tomadas no topo da cadeia de produção. Muitos defendem a necessidade de redirecionar a crítica para as corporações responsáveis pela gestão do projeto.

Propostas para reverter o quadro

Em resposta a este cenário caótico, algumas propostas sugerem caminhos alternativos para os fãs que anseiam por um retorno ao padrão de qualidade estabelecido pela primeira temporada de One Punch Man, produzida pelo Madhouse.

Entre as sugestões levantadas estão:

  • Buscar ativamente a colaboração de animadores talentosos que demonstraram suas capacidades em clipes independentes ou em outros pequenos projetos, pedindo que ajudem a equipe atual, em vez de apenas esperar por uma melhora orgânica que, conforme alertado por diretores, pode não ocorrer.
  • Canalizar toda a indignação e críticas diretamente às contas sociais dos membros do comitê de produção, como a Bandai, replicando a pressão pública que foi eficaz em mobilizar mudanças, como ocorreu com o relançamento do primeiro filme do Sonic. O objetivo é que a notícia da insatisfação se espalhe globalmente, alcançando também o Japão.
  • Responsabilizar influenciadores digitais que contribuíram para o assédio contra os diretores, incentivando a comunidade a deixar de apoiar conteúdos que promovem a discórdia em vez de soluções construtivas.

O caminho sugerido é buscar a união para pressionar por transparência e responsabilidade corporativa. Ao colocar a pressão no lugar correto, a comunidade argumenta que é possível proteger a equipe de produção e, finalmente, exigir que One Punch Man alcance o nível de excelência que o público espera, livre das amarras da ganância industrial.

An

Analista de Mangá Shounen

Especializado em análise aprofundada de mangás de ação e batalhas (shounen), com foco em narrativas complexas, desenvolvimento de enredo e teorias de fãs. Experiência em desconstrução de arcos narrativos e especulações baseadas em detalhes canônicos.