A cronologia de black whale levanta questões sobre o manejo do tempo na narrativa
Análise aponta inconsistências aparentes no ritmo temporal entre marcos cruciais da trama em arcos recentes.
A estrutura temporal dentro da narrativa de Black Whale, especificamente no volume recente, tem gerado atenção devido a discrepâncias percebidas entre eventos chave. A maneira como o tempo é medido e a duração dos ciclos espirituais parecem não se alinhar perfeitamente com os marcos de ação apresentados aos leitores.
Um ponto de análise foca-se em dois momentos distintos. O Capítulo 382 descreve a ponta de flecha de Harkenburg atingindo Shikaku, um evento marcante que ocorreria numa sexta-feira pela manhã, especificamente 13 de agosto. Em contraste, apenas alguns capítulos depois, no Capítulo 386, vemos Harkenburg e seus seguidores dedicados a decifrar o mecanismo de poder, gerando quatro hipóteses distintas. Este desenvolvimento, que implica um período significativo de coleta de dados, é situado na manhã de segunda-feira, 16 de agosto.
A Contradição do Ciclo de Dez Horas
O cerne da questão reside na introdução posterior de uma regra fundamental sobre a alternância dos espíritos: eles mudam a cada dez horas. Se aceitarmos que esta alternância rítmica é uma constante operacional no mundo da história, surge uma dúvida lógica sobre a eficácia do tempo decorrido.
Entre a manhã de sexta-feira (13/08) e a manhã de segunda-feira (16/08), um total de três dias se passaram. Em um intervalo de 72 horas, o número de transições de espírito deveria ser substancial. Considerando que o período em questão abrange menos de três ciclos completos de 24 horas, o tempo que Harkenburg e seu grupo tiveram para realizar uma investigação tão metódica e chegar a quatro conclusões complexas parece excessivamente longo, sob a ótica do ciclo de dez horas.
A implicação é que, se a regra das dez horas é estritamente aplicada, o grupo deveria ter tido um número muito maior de oportunidades para observar, testar e refinar suas teorias sobre o funcionamento do poder. A aparente lentidão na resolução de um problema fundamental, quando o mecanismo de tempo está teoricamente codificado, sugere uma possível negligência narrativa ou, alternativamente, que os personagens estão dedicando tempo considerável em atividades não reveladas ou enfrentando limitações que impedem a aplicação imediata do conhecimento recém-adquirido sobre os espíritos.
A gestão da temporalidade é crucial em narrativas complexas como a de Black Whale, e essas flutuações na escala de tempo entre revelações cruciais e o progresso na investigação exigem atenção cuidadosa ao desenrolar dos próximos capítulos para esclarecer se o calendário observado é um mero detalhe de conveniência ou um sintoma de uma complexidade maior no sistema de regras do universo ficcional.