O debate sobre hiruzen sarutobi: O terceiro hokage é superestimado ou sua reputação merece críticas?

A análise do legado de Hiruzen Sarutobi, o Terceiro Hokage de Konoha e mestre de lendas como Jiraiya, Orochimaru e Tsunade, permanece um ponto focal de intensos questionamentos entre os entusiastas da obra de Masashi Kishimoto. A eterna dicotomia reside em classificar a figura: um líder sábio e poderoso que protegeu a vila por décadas, ou um governante que falhou em momentos cruciais, merecendo a atual condenação de sua administração.

O peso da Lenda e a Figura Paterna

Por um longo período na narrativa, Hiruzen foi apresentado como o auge da sabedoria Shinobi, o detentor da Vontade do Fogo pós-Hashirama Senju. Sua longevidade no cargo e reconhecimento como o “Deus Shinobi” em sua época lhe conferiram uma aura de infalibilidade. Ele era, para muitos, o símbolo de estabilidade, um homem que viu a ascensão e queda de gerações, mantendo a paz relativa.

Defensores de sua conduta frequentemente apontam para o período de relativa paz sob seu comando e sua habilidade em dominar os cinco elementos básicos do chakra, algo raramente alcançado. Além disso, sua relação com os Kages anteriores e seu papel como mentor de figuras centrais no enredo sustentam a visão de um líder fundamental, cujo respeito era merecido.

Pontos de Ruptura na Governança

Contudo, o escrutínio histórico revela falhas significativas que alimentam a crítica contemporânea. O período de seu reinado é marcado por decisões polêmicas que, em retrospectiva, parecem ter plantado as sementes para conflitos futuros. Uma das críticas mais persistentes envolve sua passividade e falha em lidar com a ameaça representada por Orochimaru, seu pupilo mais talentoso.

Muitos argumentam que a relutância de Hiruzen em confrontar Orochimaru de forma decisiva, tanto quando ele ainda estava sob custódia da Vila quanto após sua deserção, demonstra uma fraqueza excessiva. Essa hesitação permitiu que Orochimaru continuasse seu desenvolvimento em técnicas proibidas e, posteriormente, se tornasse uma ameaça existencial para a própria Konoha. A sombra da incapacidade de reprimir o mal que ele próprio ajudou a cultivar segue o legado do Terceiro Hokage.

Responsabilidade e Legado de Danzo

Outro aspecto frequentemente explorado é a dinâmica de poder com Danzō Shimura. Embora Danzō operasse majoritariamente nas sombras através da Raiz, a passividade de Hiruzen em relação às táticas questionáveis de seu rival e conselheiro é vista como uma abdicação de responsabilidade. O Terceiro Hokage parecia aceitar ou, pelo menos, tolerar as ações brutais necessárias para a segurança da vila, mesmo que isso significasse comprometer os ideais morais pregados pela Vontade do Fogo.

A decisão de promover o filho, Asuma Sarutobi, e, por extensão, a manutenção de um sistema que priorizava certas linhagens e tradições, também entram no campo de análise. O fato de ele ter adiado a nomeação de um sucessor e a maneira como geriu a transição de poder após sua morte são examinados sob a luz de um líder que, no final de sua vida longa, pode ter se apegado demais ao controle, em vez de preparar ativamente a próxima geração para assumir as rédeas com total autoridade. A saga de Hiruzen, portanto, oscila entre o respeito pela tradição e a necessidade de evolução política e moral dentro do mundo Shinobi.