O destino dos behelits após a transformação em apóstolos: Análise de um mistério de berserk

A jornada de um Behelit, a relíquia que sela o destino de um ser humano, levanta questões cruciais sobre sua permanência ou desaparecimento após o ritual do Eclipse em Berserk.

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Analista de Mangá Shounen

30/10/2025 às 18:59

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O destino dos behelits após a transformação em apóstolos: Análise de um mistério de berserk

A aquisição de um Behelit e o subsequente ritual que transforma um indivíduo em um Apóstolo representam um dos eventos mais sombrios e definidores no universo de Berserk. Contudo, o que acontece com este objeto amaldiçoado após cumprir seu propósito funesto tem sido um ponto de especulação detalhada entre os observadores da obra. A suposição inicial é que, sendo um item consumível para a ascensão demoníaca, o Behelit se desintegra ou desaparece após o sacrifício.

A evidência contraditória da permanência

Análises atentas ao cânone da narrativa revelam que a realidade pode ser mais complexa. Em um dos arcos iniciais, o personagem Vargas exibe a Guts um Behelit que ele obteve. Ao ser questionado sobre a origem, Vargas revela que o objeto pertencia ao Conde, um Apóstolo já estabelecido. Isso implica diretamente que, após o Conde invocar o Eclipse e se tornar uma entidade demoníaca, seu Behelit original não foi consumido; ele permaneceu em sua posse física, ainda que sua humanidade tivesse sido perdida.

Esta persistência material é reforçada por outro caso notável: o Behelit de Rosine. Após seu confronto com Guts, a aparição do Cavaleiro da Caveira resulta na destruição da Apóstolo, mas a relíquia não some. Pelo contrário, o Cavaleiro da Caveira intervém especificamente para comer o Behelit, indicando que o objeto tinha valor ou destino próprios mesmo após a transformação de Rosine.

A regra implícita para os Apóstolos

Tais ocorrências sugerem uma nova premissa narrativa: a maioria, se não todos, os indivíduos que se tornam Apóstolos permanecem com o Behelit que desencadeou sua queda. A ausência desses objetos em outros Apóstolos derrotados pode ser explicada pela ignorância do protagonista Guts sobre o paradeiro exato dos itens após a batalha, ou simplesmente porque os objetos não estavam em posse direta da criatura no momento da aniquilação.

Se a regra é a retenção, torna-se intrigante o destino final destes artefatos. Eles servem como um lembrete físico da barganha? Podem ser herdados ou roubados, como foi o caso do Conde? A presença contínua do objeto parece ligar eternamente o Apóstolo, ainda que demoníaco, ao momento exato de sua escolha fatídica. O conceito de consumir um item para ascender, apenas para mantê-lo como um símbolo, adiciona uma camada de crueldade metafísica à transformação.

O mistério do Behelit Carmesim

Paralelamente, existe a questão específica sobre os raros Behelits Carmesins, aqueles específicos para a ascensão da Mão de Deus. Durante a transformação de Griffith em Femto, há uma breve visualização do processo de criação dos Behelits, mas ela não detalha a origem das versões carmesins. Isso levanta o questionamento: será que cada membro da Mão de Deus possui seu próprio Behelit Carmesim exclusivo, ou existe apenas um objeto singular de cor escarlate que circula entre os que estão destinados a ocupar as posições mais elevadas nesta hierarquia infernal? A obra ainda oferece poucas pistas concretas sobre a posse ou circulação desses objetos de poder supremo, mantendo viva a curiosidade sobre a cosmologia oculta de Berserk.

An

Analista de Mangá Shounen

Especializado em análise aprofundada de mangás de ação e batalhas (shounen), com foco em narrativas complexas, desenvolvimento de enredo e teorias de fãs. Experiência em desconstrução de arcos narrativos e especulações baseadas em detalhes canônicos.