Análise visual revela a notável disparidade na qualidade de animação entre a primeira e a terceira temporada de one punch man

A franquia One Punch Man, conhecida por seu protagonista invencível, Saitama, e seu universo vibrante de heróis e monstros, continua a gerar atenção intensa a cada nova temporada. Recentemente, o foco recaiu sobre uma comparação visual que sublinha a magnitude da mudança na produção da animação entre a aclamada primeira temporada (2015) e a subsequente terceira fase.

A distinção mais evidente reside na fluidez da movimentação, no design de personagens e no tratamento dado às sequências de ação de alto impacto. A temporada de estreia, produzida pelo estúdio Madhouse, estabeleceu um padrão de excelência quase cinematográfico. Cada soco de Saitama era renderizado com um peso e um impacto visual raramente vistos em séries de televisão, utilizando técnicas sofisticadas de timing e peso visual para enfatizar a força esmagadora do personagem principal.

A Transição de Estúdio e Seus Efeitos

A mudança de estúdio para a segunda temporada, e a continuidade desse estilo na terceira, provocou uma alteração perceptível na estética geral. Enquanto a animação se manteve aceitável em vários momentos, houve uma perda daquela polidez e atenção aos detalhes microscópicos que tornaram a estreia um marco na indústria de anime.

Em cenas cruciais, alguns observadores apontam que a terceira temporada parece apresentar um uso mais conservador de quadros-chave e um estilo de desenho que prioriza a eficiência de produção em detrimento da exuberância fluida vista anteriormente. Isso não implica que a animação seja intrinsecamente ruim, mas sim que o nível de detalhamento artístico, especialmente em planos médios e closes durante diálogos ou cenas menos intensas, sofreu uma padronização.

O contraste surge de forma mais aguda em lutas de personagens secundários. Na primeira temporada, mesmo os confrontos menores recebiam um tratamento de animação que parecia mais ambicioso. Já na terceira fase, muitas sequências dependem mais de efeitos visuais sobrepostos a desenhos mais estáticos para transmitir a energia do momento, em vez de depender inteiramente da excelência da animação quadro a quadro.

Essa disparidade levanta discussões sobre o impacto das mudanças de equipe e das pressões de cronograma na produção de animes de grande orçamento. Embora os arcos narrativos da história de One Punch Man, baseados no mangá de Yusuke Murata e ONE, permaneçam cativantes, a experiência sensorial da adaptação televisiva demonstra como o cuidado técnico pode influenciar drasticamente a percepção do público sobre a qualidade geral de uma obra.