A dualidade de rui de demon slayer: Ele seria um irmão mais velho protetor ou tirano?

Análise sobre a obsessão de Rui pelo papel familiar e se sua dedicação extrema poderia ter gerado um irmão mais velho eficaz, apesar de sua crueldade.

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Analista de Mangá Shounen

11/11/2025 às 03:20

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A dualidade de rui de demon slayer: Ele seria um irmão mais velho protetor ou tirano?

A figura de Rui, um dos membros da Lower Ranks da Dinastia das Doze Luas em Kimetsu no Yaiba (Demon Slayer), permanece como um ponto de fascínio e repulsa. Sua narrativa é inteiramente centrada na busca desesperada por um ideal distorcido de família, levantando uma questão complexa: se suas circunstâncias não fossem tão trágicas, o demônio poderia ter se tornado um irmão mais velho funcional e protetor?

Rui demonstrou um apego fanático à estrutura hierárquica familiar, onde acredita firmemente que o irmão mais velho tem o dever inegociável de proteger os mais novos. Durante seu confronto com Tanjiro Kamado e Nezuko Kamado, Rui expressou desdém pela retórica de Nezuko, exigindo que ela parasse de 'choramingar' e obedecesse ao seu papel como irmã mais nova, enquanto ele, como irmão mais velho, a protegeria. Essa fixação na função sugere que, em seu núcleo, jazia um desejo genuíno por vínculo e segurança.

A segurança sob a crueldade

O ponto central da especulação reside na natureza dessa proteção. Para os mais jovens da 'família' de Rui, a segurança contra ameaças externas, como os Caçadores de Demônios, seria quase absoluta. Tendo um guerreiro de seu poder ao lado, a integridade física dos 'irmãos' estaria garantida contra praticamente qualquer adversário. Quem estivesse sob a tutela de Rui estaria imune aos perigos do mundo exterior que ele tanto temia.

Contudo, essa proteção viria com um custo altíssimo. A própria experiência de Rui com seu pai biológico, que o abusava psicologicamente antes de sua transformação demoníaca, moldou sua percepção de que a única forma de manter uma estrutura familiar é através da coerção absoluta. Qualquer desvio de suas regras rígidas resultava em punição imediata e frequentemente brutal. Para um suposto irmão mais novo, isso significaria viver sob constante tensão, onde a liberdade de expressão e a autonomia seriam suprimidas em nome da ordem.

O peso do papel idealizado

A tragédia de Rui não é apenas ter se tornado um demônio, mas sim a forma como ele internalizou e distorceu conceitos universais de família e dever. O ideal de um irmão mais velho, exemplificado por personagens como Senku Ishigami na obra Dr. Stone (que foca em proteger e guiar através da ciência), envolve responsabilidade, mas também empatia e respeito mútuo. Rui falha miseravelmente no aspecto empático.

Se pensarmos em um cenário alternativo, onde Rui tivesse seus desejos atendidos e tivesse uma família amorosa que o aceitasse sem as tragédias que levaram à sua morte e subsequente transformação, a resposta é incerta. É possível que, com o apoio e o amor incondicional que ele anseia, sua tendência à tirania pudesse ser mitigada. Ele poderia, então, ser o protetor feroz que sempre sonhou ser, mas exercido com carinho e não com medo. No entanto, a versão que conhecemos na série demonstra que o preço por se sentir seguro sob os cuidados de Rui seria a própria alma.

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Analista de Mangá Shounen

Especializado em análise aprofundada de mangás de ação e batalhas (shounen), com foco em narrativas complexas, desenvolvimento de enredo e teorias de fãs. Experiência em desconstrução de arcos narrativos e especulações baseadas em detalhes canônicos.