Grandes editoras japonesas se unem contra o uso indevido de direitos autorais pela inteligência artificial sora da openai

Consórcio de gigantes do mangá e anime manifesta preocupação legal sobre o uso de material protegido pela IA de vídeo da OpenAI.

Analista de Mangá Shoujo
Analista de Mangá Shoujo

01/11/2025 às 05:45

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Grandes editoras japonesas se unem contra o uso indevido de direitos autorais pela inteligência artificial sora da openai

Um bloco significativo de editoras japonesas, representando algumas das maiores potências na produção de mangás e conteúdo de entretenimento, formalizou uma frente unida em oposição ao uso de suas propriedades intelectuais pela tecnologia de inteligência artificial Sora, desenvolvida pela OpenAI. A principal alegação centra-se na utilização não autorizada de material protegido por direitos autorais para o treinamento do modelo de geração de vídeo.

Esta ação coordenada reflete uma crescente tensão na indústria criativa global sobre como as ferramentas avançadas de IA generativa processam e replicam estilos artísticos, narrativas e personagens existentes. Enquanto a Sora promete revolucionar a criação de vídeos, sua base de conhecimento, supostamente alimentada por vastos conjuntos de dados da internet, levanta sérias questões sobre a compensação justa e o consentimento dos criadores originais.

A defesa do conteúdo autoral

As editoras em questão veem o treinamento de modelos de IA com seus catálogos como uma violação direta dos seus direitos exclusivos de exploração. O material visual e narrativo do universo mangá e anime é altamente valioso e protegido, frequentemente sendo a base para adaptações multimilionárias em diferentes mídias, como animes, filmes e jogos.

Fontes internas indicam que a preocupação não é apenas com a cópia direta, mas também com a capacidade da IA de gerar conteúdo novo que se assemelhe indevidamente a obras consagradas, diluindo o valor comercial das criações originais. Para a indústria japonesa, historicamente rigorosa na proteção da propriedade intelectual, permitir que uma ferramenta como a Sora absorva livremente seu conteúdo sem licenciamento adequado estabelece um precedente perigoso.

Implicações para a indústria criativa

A mobilização destas editoras serve como um eco das preocupações levantadas por artistas e escritores em outras partes do mundo, que temem a obsolescência de suas profissões caso a IA se torne a principal fonte de produção visual de baixo custo. A disputa coloca em xeque o futuro da monetização do trabalho criativo na era da aprendizagem automática.

Esta aliança sugere um esforço conjunto para pressionar a OpenAI e outras desenvolvedoras de IA a implementar mecanismos transparentes de rastreamento, licenciamento e, potencialmente, sistemas de compensação para os detentores de direitos autorais cujas obras são usadas no treinamento. O debate se estende para além da tecnologia, focando na sustentabilidade econômica dos criadores de conteúdo.

A resposta da OpenAI e o desenrolar dessas negociações serão cruciais para definir as regulamentações futuras sobre o uso de dados protegidos na alimentação de sistemas de inteligência artificial que prometem reescrever as regras da produção audiovisual global. A batalha legal e ética no Japão pode influenciar legislações internacionais sobre propriedade intelectual no contexto da IA generativa.

Analista de Mangá Shoujo

Analista de Mangá Shoujo

Especialista em mangás do gênero shoujo e josei com foco em adaptações de alto perfil e retornos de séries clássicas. Acompanha tendências editoriais da Shueisha há mais de 8 anos, oferecendo análises aprofundadas sobre o desenvolvimento de person...