Eiichiro oda revela os motivos pelos quais evita matar personagens em one piece
O criador de One Piece, Eiichiro Oda, detalhou em entrevistas antigas suas razões para poupar personagens de um fim fatal.
O aclamado mangaká Eiichiro Oda, criador do fenômeno global One Piece, compartilhou em ocasiões passadas as razões profundas por trás de sua relutância em escrever mortes permanentes de personagens centrais na sua obra. Embora o universo de One Piece seja repleto de conflitos sangrentos e sacrifícios emocionais, Oda demonstrou um padrão consistente de ressuscitar ou, simplesmente, evitar o desfecho trágico definitivo para muitos dos indivíduos que habitam seu mundo.
A abordagem de Oda à mortalidade na narrativa foi primeiramente explorada em materiais mais antigos, como respostas fornecidas nos SBS (Shonen Business) de volumes iniciais, datados de 1998. Embora essas fontes iniciais fossem mais concisas, elas já apontavam para uma decisão criativa deliberada, focada na durabilidade da história e no impacto emocional a longo prazo.
A filosofia por trás da sobrevivência
Em entrevistas posteriores, notavelmente uma divulgada pelo jornal Asahi Shimbun em 1999, acompanhando a estreia do anime, o mangaká aprofundou sua perspectiva. Evitar mortes definitivas reflete a visão de Oda sobre o gênero shonen e o tipo de jornada que ele deseja proporcionar aos leitores. Para o autor, a morte é um conceito que deve ser tratado com extremo peso, e utilizá-la de forma frequente poderia diluir a seriedade dos atos dramáticos.
A longevidade de One Piece, uma saga que ultrapassa duas décadas de publicação, exige que Oda mantenha um equilíbrio delicado entre drama e esperança. A ausência de mortes permanentes permite que os personagens sobrevivam para testemunhar a evolução do mundo e alcançar seus sonhos, um tema central da obra. Quando há um sacrifício, ele é geralmente reservado para momentos de clímax narrativo muito específicos.
Um segundo motivo revelado
Anos mais tarde, em uma entrevista liberada pelo jornal Yomiuri Shimbun em julho de 2018, Oda ofereceu uma segunda justificativa crucial para sua decisão. Além da preservação da mensagem de esperança e aventura, o autor mencionou a dificuldade pessoal e a conexão emocional que desenvolve com seus personagens.
Oda expressou que, após desenhar e desenvolver figuras complexas ao longo de tantos anos - algumas das quais surgiram em seus rascunhos ainda em 1997 - torna-se extremamente difícil para ele, como criador, decidir pelo fim de suas vidas. Essa intimidade com o elenco principal e secundário é um fator preponderante, sugerindo que, para ele, matar um personagem é quase como perder um companheiro de longa data.
Essa filosofia distingue One Piece de outras grandes obras do gênero shonen, onde a perda de entes queridos frequentemente serve como catalisador para o desenvolvimento ou vingança dos protagonistas. Em vez disso, Oda opta por colocar seus heróis em situações de quase morte, provando sua resiliência, mas garantindo que a tragédia definitiva seja evitada, mantendo o foco na vastidão da aventura que ainda resta a ser contada.