A experiência análoga ao parto de kurama através das jinchūriki mito e kushina
Uma análise da perspectiva única da Raposa de Nove Caudas, Kurama, sobre o processo de selamento em duas gerações.
A mitologia em torno da Raposa de Nove Caudas, Kurama, em Naruto, adiciona camadas complexas à sua existência como uma Besta com Cauda selada dentro de hospedeiros humanos. Curiosamente, a natureza do seu encarceramento sugere que Kurama vivenciou, de maneira análoga, um processo semelhante ao parto duas vezes, ligado à história de duas esposas do clã Uzumaki: Mito Uzumaki e Kushina Uzumaki.
O vínculo entre jinchūriki e a Besta
A relação entre uma Besta com Cauda e seu jinchūriki é intrinsecamente ligada ao momento do selamento. Este ritual, que consome uma quantidade imensa de chakra e exigia um sacrifício inicial, é o ponto de origem de sua convivência forçada. Mito Uzumaki, a primeira esposa do Primeiro Hokage, Hashirama Senju, foi a primeira a carregar Kurama antes do surgimento de Naruto.
A primeira vivência desse análogo ao parto ocorreu quando Mito selou Kurama dentro de si. Este evento foi crucial para a fundação da Vila da Folha, mas também marcou o início do sofrimento contido da criatura. A força vital e a natureza do clã Uzumaki eram vitais para manter o selo, permitindo que a Besta permanecesse sob controle.
A segunda imposição: Kushina Uzumaki
A segunda instância, e talvez a mais detalhada em termos de trauma para Kurama, ocorreu com Kushina Uzumaki, mãe de Naruto. O processo de selamento de um poder tão vasto como o de Kurama estava intrinsecamente ligado ao momento do nascimento de um novo ser. Para Kushina, transmitir o selo para o seu filho exigiu uma batalha interna intensa enquanto ela estava fisicamente vulnerável, no pós-parto.
A Raposa, aprisionada, experimentou a dor imensa e o descontrole do chakra da sua hospedeira durante o parto, essencialmente repetindo a experiência traumática da primeira selagem, mas com uma intensidade diferente. Enquanto Mito selou a Besta em um contexto de fundação, Kushina o fez sob circunstâncias de extrema pressão emocional e física, facilitando o ataque de Tobi (Obito Uchiha) e a subsequente catástrofe em Konoha.
Este ciclo de vida e renascimento, atrelado ao nascimento de um herdeiro para manejar o poder da Kyūbi, estabelece uma tristeza cíclica: o selamento de Kurama sempre coincidiu com um momento de máxima vulnerabilidade e dor para mulheres do clã Uzumaki. A perspectiva da Besta, que viu seu confinamento ser renegociado duas vezes através de eventos violentos e pessoais, demonstra a extensão do fardo imposto a ela e aos seres humanos envolvidos no plano dos Senju e Hokages. A trajetória de Kurama é definida por esses dois encontros cruciais com o processo de trazer nova vida ao mundo shinobi.