A encruzilhada de hanzo salamandra e o destino da akatsuki original sob a perspectiva de madara uchiha
Análise profunda sobre o papel de Hanzo e a primeira formação da Akatsuki e como sua ausência afetou os planos de Madara.
A figura histórica de Hanzo Salamandra, o líder lendário da Vila da Cachoeira Oculta e autoproclamado 'o mais forte entre os Sete Espadachins' na época, carrega uma dualidade trágica no universo de Naruto. Sua trajetória espelha a máxima de que se morre como herói ou se vive o suficiente para se ver como vilão. Contudo, a verdadeira questão reside no ponto de inflexão de sua aliança: o que teria acontecido se Hanzo não tivesse se voltado contra a Akatsuki original, liderada por Pain e Nagato, sob a influência indireta dos planos de Madara Uchiha?
A Akatsuki inicial, antes de se tornar um grupo de criminosos internacionais liderados por um Obito manipulador, era uma organização idealista focada na paz através do diálogo e da resistência ao controle das Grandes Nações Ninjas. Hanzo, apesar de sua reputação brutal, compartilhavam um objetivo central com Yahiko, Nagato e Konan: acabar com o ciclo de violência que assolava o mundo shinobi, especialmente após a Segunda Grande Guerra Ninja. A percepção compartilhada de inimigo comum era o cimento dessa primeira coalizão.
O Desvio Estratégico e a Influência Oculta
Quando Hanzo, manipulado pela desconfiança instigada por Danzo Shimura - um agente secreto do clã Uchiha, buscando desestabilizar o sistema político ninja -, decide atacar os idealistas, o curso da história muda drasticamente. Ele se torna o catalisador que força Yahiko ao sacrifício final e que empurra Nagato para uma visão radicalmente diferente de paz, aquela imposta pelo medo, a mesma promovida por Madara.
A questão que se impõe é como os objetivos de Madara Uchiha teriam se materializado se essa peça fundamental não tivesse sido removida ou corrompida. Madara vislumbrava o Tsukuyomi Infinito como a única solução duradoura. No entanto, a estrutura inicial da Akatsuki, se mantida intacta com o carisma de Yahiko e a ética de Hanzo (em sua fase mais nobre), possuía potencial para ser uma força de oposição orgânica e não facilmente cooptada.
O Planejamento de Madara versus a Resistência Idealista
É notável que muitos dos atos subsequentes de Madara, como a criação da Akatsuki secundária e a caça aos Bijū, não pareciam dialogar diretamente com as motivações originais de Hanzo e seus companheiros. O plano de Madara era macro, focado em conceitos de ilusão e controle total. Já a resistência inicial, liderada por Hanzo na defesa de sua vila e pela trinca de Konan e Yahiko, focava em intervenções regionais e na proteção de populações civis contra as guerras das grandes potências. Obito, como Tobi, precisou adaptar a fundação moral da organização para servir ao seu propósito de coletar as Bestas com Cauda.
Se Hanzo não tivesse se tornado um obstáculo, ele poderia ter se tornado um aliado valioso, ou, inversamente, um ponto cego no plano de Madara. Sua habilidade em combate e sua reputação em Amegakure o tornavam um ator político poderoso. Sem a traição que o levou ao ostracismo e à morte, Madara teria que recalibrar seu ataque ao sistema shinobi, talvez enfrentando uma frente unida mais tradicional ou perdendo a oportunidade de recrutar Nagato, o verdadeiro trunfo que permitiu a execução da fase final do plano.
A divergência entre a paz autônoma desejada por Hanzo e os idealistas, e a paz imposta por Madara, ilustra a complexidade das ideologias em tempos de guerra. A quebra dessa ponte inicial pavimentou o caminho para a escuridão subsequente que consumiu a ambição original da organização.