Kohei horikoshi revela que criar um herói "estilo luffy" quase impediu a criação de my hero academia
O criador de My Hero Academia admitiu que desistir da ideia de um protagonista similar ao herói de One Piece foi crucial para o sucesso da obra.
A jornada criativa por trás de um dos mangás mais influentes da atualidade, My Hero Academia (Boku no Hero Academia), revelou um ponto de inflexão decisivo que moldou a trajetória de Izuku Midoriya e do universo de Quirks. Kohei Horikoshi, o mangaká por trás da obra, confessou que a série só ganhou forma e identidade após ele abandonar a tentativa inicial de criar um herói protagonista muito parecido com Monkey D. Luffy, o icônico líder de One Piece.
A Sombra de Luffy e a busca por identidade
Esta revelação oferece uma perspectiva valiosa sobre os processos de desenvolvimento de personagens e a dificuldade de inovar em um gênero já estabelecido como o de super-heróis, fortemente influenciado por mangás Shonen de longa data. Horikoshi claramente buscava capturar a energia e o carisma que tornaram Luffy um ícone, mas percebeu que replicar essa fórmula não resultaria em algo original o suficiente.
O protagonista de One Piece, conhecido por sua simplicidade, otimismo inabalável e foco singular em liberdade, estabeleceu um molde de herói Shonen que muitos criadores, incluindo Horikoshi, admiraram e tentaram emular. No entanto, a insistência em seguir essa linha teria limitado o escopo dramático e as características específicas que definem Deku (Midoriya Izuku).
A importância da fraqueza e da luta
Ao se afastar da sombra de Luffy, Horikoshi pôde desenvolver Midoriya com características distintas. Enquanto Luffy sempre possuiu um poder avassalador (em seu contexto), Midoriya foi concebido a partir da ausência de poder. Essa premissa inicial - um garoto sem habilidades em um mundo de superseres - forçou o desenvolvimento de temas centrais em My Hero Academia, como o esforço, o caminho árduo para alcançar a excelência e a importância de herdar legados.
A mudança de foco permitiu que o mangá explorasse melhor a pressão social e a meritocracia dentro da U.A. High School. Um herói totalmente otimista e inerentemente forte como um “Luffy-type” poderia ter mitigado a tensão dramática das batalhas e o desenvolvimento gradual do poder de One For All.
Este insight destaca a maturidade criativa de Horikoshi ao reconhecer que a originalidade em narrativas de longa duração frequentemente reside na identificação de nichos não explorados ou na subversão de tropos estabelecidos. A libertação da necessidade de criar um substituto para Luffy foi, ironicamente, o que permitiu que My Hero Academia se estabelecesse como um fenômeno por seus próprios méritos, focando na evolução de um herói que precisa conquistar seu espaço, ao contrário daqueles que parecem destinados à grandeza desde o início, como visto em muitas obras do gênero, incluindo o famoso trabalho de Eiichiro Oda.