Análise das intenções não realizadas de koyoharu gotouge para a narrativa de demon slayer
A reclusão da criadora de Demon Slayer levanta questões sobre o escopo original da obra e lacunas narrativas importantes, especialmente sobre Muzan e a origem do Corpo de Exterminadores.
A criação de Koyoharu Gotouge, a mangaká por trás do fenômeno global Demon Slayer: Kimetsu no Yaiba, é marcada por um relativo mistério em torno de sua figura, descrita como reservada. Essa discrição tem estimulado especulações sobre o alcance que a história original teria alcançado, caso todos os planos concebidos fossem plenamente executados dentro do mangá.
Uma das especulações mais persistentes envolve a figura do antagonista principal, Muzan Kibutsuji. Há relatos não confirmados de que Gotouge teria considerado a possibilidade de Muzan desenvolver a habilidade de criar seus próprios clones, similar ao poder demonstrado por Douma, uma das Luas Superiores.
A diferença entre tempo e escopo da trama
Observando o produto final, surge a impressão de que a narrativa enxuta pode ter restringido ambições conceituais maiores. A linha do tempo central da luta do Corpo de Exterminadores contra os demônios se desenrola em aproximadamente três anos. No entanto, a história da antagonização entre humanos e demônios abrange mais de mil anos. Essa disparidade temporal significativa sugere a existência de vastos períodos da história do universo que permaneceram inexplorados.
Pontos cruciais da mitologia de Demon Slayer parecem ter sido abordados de maneira superficial, limitando o aprofundamento em momentos formativos. Perguntas fundamentais sobre a origem da organização permanecem sem resposta detalhada:
- Como o Corpo de Exterminadores descobriu a vulnerabilidade dos demônios ao aço Nichirin?
- Quais eram as táticas de combate empregadas antes da sistematização das respirações?
Os mistérios não solucionados de Muzan
É o arco de Muzan, contudo, que parece carregar o maior volume de questões não respondidas. O caminho do vilão desde sua transformação até o domínio da criação de demônios é repleto de lacunas conceituais. A busca incessante pela Flor de Aranha Azul é um motor da trama, mas os detalhes sobre o desenvolvimento de suas táticas de busca são escassos.
Questões analíticas sobre a evolução de seu poder permanecem em aberto. Por exemplo, como Muzan refinou o processo de transformação de humanos em demônios, considerando seu aparente desprezo pela manipulação de seus subordinados? Além disso, nunca foi esclarecido se sua busca pelo domínio se estendeu geograficamente para além do Japão ou se ele possuía atividades ou passatempos durante seus períodos de reclusão.
Essas lacunas de informação são, até o momento, preenchidas primariamente por meio dos fanbooks oficiais, que servem como a única expansão canônica do lore além do mangá principal. A natureza reclusa da criadora, frequentemente referida pelo apelido de Crocodilo, garante que quaisquer planos ou conceitos descartados permaneçam em grande parte um mistério do processo criativo.