O mistério de erebus: Homem chega a cidade onde todos o conhecem, exceto ele mesmo
Um viajante se vê em Erebus, uma cidade silenciosa, com uma chave misteriosa e um caderno escrito por ele, repleto de perguntas inquietantes.
Um cenário digno de um suspense psicológico se desenrola na chegada de um homem a uma localidade desconhecida chamada Erebus. A experiência começa com um evento abrupto: um ônibus que simplesmente desaparece sem barulho, deixando o protagonista, que o leitor conhece apenas como Tony, na beira de uma estrada estreita, completamente sem memória de sua chegada ou de onde veio.
A casa que parece lembrá-lo
A única pista material que acompanha Tony é uma chave de latão, pesada e antiga, que ele não reconhece como sua. Seguindo a estrada que desce em direção à cidade, descrita como estranhamente quieta, como se estivesse “segurando a respiração”, ele encontra seu destino final: uma casa de pedra pálida. A revelação mais perturbadora surge na caixa de correio, onde seu nome, TONY, está gravado profundamente, indicando um laço antigo e talvez doloroso com aquele lugar.
A chave se encaixa perfeitamente na fechadura. Ao entrar, a sensação de deslocamento se intensifica. O interior da casa está empoeirado, mas os móveis estão arrumados com um cuidado que sugere uma saída recente. Há um copo de chá rachado em uma janela e fotografias emolduradas viradas para baixo nas paredes. A desorganização parecia intencional, como se alguém tivesse preparado o ambiente para um retorno inevitável.
O caderno e a escrita familiar
No centro da sala, Tony encontra um caderno. Ao abri-lo, descobre que todas as páginas estão preenchidas, não com lembranças compartilhadas, mas com perguntas angustiantes, escritas em caligrafia inegavelmente sua. Frases como “O que eu teria feito se tivesse ficado?” e “Foi covardia ou sobrevivência?” ecoam um passado que o protagonista não consegue acessar.
O choque de reconhecer sua própria escrita, mas não o seu conteúdo, provoca uma reação física, forçando-o a largar o caderno. A noite traz um sonho vívido: uma garota de suéter amarelo em um café desconhecido, que o recebe dizendo: “Você voltou.”
Presságios de um despertar forçado
Ao acordar, a cena do sonho se complementa com uma nova inscrição no caderno, feita com tinta fresca: “Esta noite, você se lembrará de algo para o qual ainda não estava pronto.” Este momento marca uma virada crucial na narrativa: a percepção de que a memória não está apenas ausente, mas talvez esteja sendo ativamente reprimida ou monitorada.
A história levanta questões profundas sobre identidade, memória fragmentada e a natureza da realidade pessoal. A cidade de Erebus funciona como um catalisador para um autoexame forçado. Quem gravou o nome de Tony com tanta força? E o que aconteceu que exigiu um esquecimento tão completo, a ponto de ele mesmo não reconhecer as marcas de sua própria vida passada?