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A complexa moral de madara uchiha nos flashbacks: Altruísmo ou egoísmo mascarado?

A jornada de Madara Uchiha é revisitada sob a ótica de suas motivações iniciais, levantando questionamentos sobre sua gratidão e lealdade.

Analista de Anime Japonês
24/11/2025 às 04:24
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A figura de Madara Uchiha, um dos antagonistas centrais da saga Naruto, frequentemente é analisada sob o prisma de sua eventual queda, mas a fase de seu passado, antes da guerra total, apresenta nuances morais suscetíveis a interpretações rigorosas. Uma análise detalhada dos eventos que antecedem a formação de Konoha sugere que, mesmo nos momentos de aparente colaboração com Hashirama Senju, as ações de Madara poderiam ser vistas sob uma luz menos heroica.

A Gratidão Pós-Conflito e a Fundação da Vila

Um ponto central de questionamento reside na atitude de Madara após ser poupado por Hashirama. A vida dele e do restante do clã Uchiha foi mantida graças à misericórdia de Hashirama, que tinha total capacidade de aniquilá-los. Contudo, a subsequente aceitação da proposta de construir uma vila conjunta parece desprovida de um senso de dívida ou gratidão profunda por aquela salvação. Pelo contrário, Madara imediatamente se posicionou para alcançar o posto de Hokage com a mesma convicção que Hashirama desejava.

A rejeição de Madara ao cargo, após a decisão dos senhores feudais favorecer Hashirama, é frequentemente interpretada como um ato de orgulho ferido. No entanto, argumenta-se que, se seu objetivo primário fosse realmente o bem-estar do clã, ele deveria ter demonstrado maior comprometimento com a estrutura que ele próprio ajudou a construir, em vez disso, ele se retirou abruptamente após o revés político. A alegação de que Hashirama falhou em melhorar sua imagem dentro da nova estrutura não isenta Madara de sua inação em promover a paz interna por meios diplomáticos.

O Paradoxo da Proteção Uchiha

A motivação declarada de Madara sempre foi honrar a promessa feita ao seu irmão Izuna de proteger o clã Uchiha. Contudo, sua resposta ao período de paz relativa sob o governo de Hashirama é paradoxal. Se o clã Uchiha estava, de fato, vivendo em harmonia com os outros clãs da vila, o retorno de Madara ao cenário destrutivo, atacando Konoha, sugere que sua busca por poder e dominância, mesmo que pelo bem do clã, sempre foi o motor principal de suas decisões. Isso deslegitima a ideia de que ele agia puramente por defesa, parecendo mais uma tentativa de impor a hegemonia Uchiha.

Falta de Empatia Frente à Perda

A tragédia pessoal de Madara, marcada pela perda de seus irmãos, é um fator reconhecido que contribuiu para sua eventual radicalização. No entanto, essa dor não parece ter gerado qualquer reconhecimento pela perda sofrida por Hashirama, que também viu seus próprios irmãos perecerem em batalhas passadas. O ressentimento direcionado unicamente a Tobirama Senju pela morte de Izuna, sem considerar a natureza do confronto em que ocorreu, reforça a visão de um indivíduo focado em sua dor e em sua narrativa pessoal. A percepção de Hashirama por Madara, nesse estágio, se limitava à sua força como adversário, não havendo um vínculo de amizade ou admiração mútua que transcendesse a rivalidade.

A análise dos eventos passados, antes da manipulação externa de Black Zetsu, demonstra uma trajetória onde a ambição e um senso de direito adquiriram precedência sobre a colaboração genuína, moldando um personagem complexo cujas intenções altruístas parecem, em retrospecto, mais uma justificativa para a busca incessante por controle total sobre os eventos políticos e a estrutura ninja.

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Tags:

#Naruto Shippuden #Personagem #Flashback #Madara Uchiha #Hashirama Senju

Analista de Anime Japonês

Especialista em produção e elenco de animes e filmes japoneses originais. Possui vasta experiência em cobrir anúncios de elenco, equipe técnica e trilhas sonoras de produções de nicho, focando na precisão dos detalhes da indústria.

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