A nostalgia pelo início de bleach: A saudade dos dias em que ichigo purificava hollows e guiava almas
A evolução da narrativa de Bleach, especialmente com o arco 'Thousand-Year Blood War', traz à tona a saudade dos fãs pelas missões iniciais de Ichigo Kurosaki.
A jornada de Ichigo Kurosaki, protagonista do icônico mangá e anime Bleach, é marcada por crescentes desafios e uma escala de conflito que se expandiu dramaticamente ao longo dos anos. Enquanto a saga atual, "Thousand-Year Blood War" (TYBW), domina o cenário com batalhas épicas contra o Wandenreich, uma corrente de sentimento entre os observadores da obra remete aos dias mais fundamentais da história.
Existe uma clara apreciação pela fase inicial da série, quando a missão principal de Ichigo, recém-transformado em Shinigami substituto, era muito mais focada na dinâmica local de Karakura Town. Nesses momentos, o foco estava na purificação dos Hollows, espíritos malignos formados por almas perdidas, e no cumprimento essencial do dever de guiar essas almas para a Soul Society (Sociedade das Almas).
A essência da missão inicial
Para muitos, essa fase inaugural capturava a essência mais pura de Bleach. A relação entre um Shinigami e os Pluses (almas que precisam de ajuda) era o centro emocional da narrativa. Ichigo atuava como um mediador entre mundos, um conforto tangível para aqueles presos ao plano humano, auxiliando-os em sua transição. Era um ciclo constante de ação e consequência direta, onde cada espírito salvo representava um pequeno triunfo.
Com o amadurecimento da trama, os inimigos evoluíram de Hollows para Arrancars, e, finalmente, para os Quincy armados com poder militar e político. Essa escalada, embora tenha elevado a qualidade das lutas e a complexidade do enredo, inevitavelmente afastou o protagonista dessas tarefas mais rotineiras.
A expansão narrativa e o custo emocional
Esse fenômeno de desvio das premissas iniciais não é exclusivo de Bleach, sendo comum em muitas obras de longa duração no universo dos animes e mangás. À medida que os personagens ganham poder e os conflitos se tornam existenciais, os elementos de estabelecimento de mundo, como o dever de guiar almas ou resolver problemas comunitários, acabam sendo relegados ao segundo plano. A história se torna mais política, mais focada em diplomacia de reinos espirituais e em rivalidades cósmicas.
A melancolia surge da perda dessa simplicidade. Embora a batalha atual contra os Sternritter seja crucial para o destino de tudo, o ato de Ichigo, com sua Zanpakutō, simplesmente apaziguando um espírito atormentado, possuía um peso e uma familiaridade que permanecem saudosos. O personagem que conhecemos, que lutava para proteger os vivos e enviar os mortos em paz, parece ter evoluído para um guerreiro de nível celestial, deixando para trás o papel de guardião espiritual mais próximo.
O sucesso da nova fase é inegável, mas a reflexão sobre essas raízes antigas aponta para o desafio contínuo de equilibrar a evolução épica com o charme dos começos modestos.