O que ficou de fora: As omissões narrativas mais sentidas no arco de naruto shippuden

A jornada de Naruto Uzumaki, especialmente após o hiato que deu origem a Naruto Shippuden, é repleta de revelações épicas e confrontos decisivos. No entanto, mesmo diante de um cânone vasto e complexo, o autor Masashi Kishimoto concentrou-se em certas narrativas centrais, deixando de lado elementos estabelecidos na série original que geraram grande expectativa no público.

Um ponto recorrente de análise entre os entusiastas é perceber como desenvolvimentos plantados no início da saga foram, em grande parte, ignorados ou apenas tangenciados em Shippuden. A série focou intensamente na Akatsuki, na busca por vingança de Sasuke Uchiha e, finalmente, na Quarta Guerra Mundial Shinobi. Esse foco, embora necessário para a conclusão da trama principal, desviou a atenção de subtramas ricas que poderiam ter enriquecido o universo ninja.

A falta de aprofundamento em arcos e personagens secundários

Muitos se perguntam sobre o destino de certos mistérios e as capacidades de determinados personagens que pareciam destinados a ter um papel maior. Por exemplo, a exploração completa das habilidades únicas de algumas linhagens sanguíneas ou a estrutura política das outras Vilas Ocultas, para além de Sunagakure e Iwagakure, recebeu menos tela do que o esperado.

Aprofundar o passado de certos antagonistas ou até mesmo de Kage menos explorados, cujas biografias foram apenas esboçadas, é visto como uma oportunidade perdida. Havia a expectativa de que, com Naruto e seus amigos mais velhos e poderosos, o mundo shinobi se expandisse em termos de geopolítica e diplomacia, indo além do ciclo de ódio e guerra direta.

O potencial não realizado de certos conceitos

Um exemplo notável reside no desenvolvimento de certos selos ou técnicas apresentadas na fase inicial, que pareciam carregar um peso místico ou técnico significativo. Essas ferramentas narrativas, introduzidas com grande pompa, muitas vezes foram superadas por novos níveis de poder baseados em chakra e transformações de Bijuu, sem que suas origens fossem plenamente investigadas.

Esse desejo por mais desenvolvimento se estende à exploração mais detalhada das ramificações do Mito dos Seis Caminhos, que, embora essencial para os vilões finais, poderia ter sido ambientado com mais histórias de lendas antigas e figuras históricas pré-datadas, oferecendo um contexto mitológico mais robusto para os eventos finais. A ambição da narrativa de Shippuden era monumental, mas a execução por vezes priorizou a ação imediata em detrimento da lore expandida.

O resultado é um legado onde Shippuden é celebrado por seus clímax emocionantes, mas também é lembrado pelas promessas narrativas que, embora teoricamente poderosas, nunca foram totalmente materializadas na tela ou nas páginas do mangá criado por Masashi Kishimoto.