Análise de personagens de one piece: Quem tem o maior potencial narrativo desperdiçado?
A trajetória de alguns personagens de One Piece levanta questionamentos sobre histórias promissoras que não foram totalmente exploradas na trama principal.
O universo expansivo de One Piece, criado por Eiichiro Oda, é repleto de figuras memoráveis, mas nem todas seguem o caminho esperado em termos de desenvolvimento de enredo. Uma questão central que ressoa entre os apreciadores da obra é identificar quais personagens tiveram um setup narrativo robusto, mas que, subsequentemente, tiveram seu potencial de história subutilizado.
Ao analisar o arco, o foco geralmente se desvia dos que alcançam o estrelato, como os Chapéus de Palha, e recai sobre aqueles que foram introduzidos com grande impacto, mas acabaram em segundo plano após o clímax de seus respectivos arcos. A discussão se inclina para a profundidade da história que poderia ter sido construída em torno deles, e não apenas em termos de um aumento de poder em combate.
Figuras com arcos promissores paralisados
Dois nomes frequentemente citados nesse debate são Pell, o falcão do Reino de Alabasta, e Wiper, o guerreiro de Skypiea. Ambos os personagens apresentaram introduções dramáticas e vínculos fortes com seus mundos, sugerindo um futuro mais proeminente.
Pell, por exemplo, demonstrou uma lealdade feroz e habilidades impressionantes, especialmente após a revelação de sua Fruta do Diabo Zoan mítica. Ele sobreviveu a uma explosão que deveria ter sido fatal, estabelecendo-o como um guardião intocável de Alabasta. Contudo, após o arco, sua participação se tornou esporádica, limitando o aprofundamento de sua vida pós-guerra e seu papel contínuo na geopolítica do Novo Mundo.
De maneira similar, Wiper, conhecido como Montblanc Warrior, personificou a resistência cultural dos Shandias contra as injustiças do Céu. Sua determinação e sua linhagem histórica implicavam que ele seria uma peça fundamental na unificação das ilhas celestes ou um líder de peso entre os guerreiros. No entanto, após a resolução do conflito em Skypiea, sua atuação se restringiu a um papel de coadjuvante em eventos pontuais, deixando a impressão de que sua saga pessoal não foi levada ao seu limite narrativo.
O critério da relevância contínua
O desperdício de potencial em One Piece raramente está ligado à falta de força, mas sim à incapacidade do enredo de conectar esses personagens a conflitos maiores ou de desenvolver suas vidas fora das crises imediatas. Personagens secundários que recebem o holofote em sagas cruciais, como a recente saga de Wano ou as batalhas no Novo Mundo, costumam ser absorvidos pelo vasto elenco, sendo ofuscados pelo crescimento exponencial dos protagonistas.
O apelo dessas figuras reside na forma como elas representam as esperanças e os fardos dos seus respectivos reinos. Quando um personagem com tanta bagagem cultural ou resiliência demonstrada é simplesmente deixado de lado, a sensação é que uma oportunidade de enriquecer a tapeçaria mundial de One Piece foi negligenciada em favor de focar na jornada principal da tripulação do Straw Hat Pirates. A obra continua a explorar novas fronteiras, reabrindo o debate sobre se esses coadjuvantes aguardam seu momento de retorno ou se foram permanentemente relegados ao papel de símbolos do passado.