A relevância perdida: O debate sobre o potencial de orochimaru como vilão final de naruto
A figura de Orochimaru, inicialmente um antagonista aterrorizante, teve seu impacto diluído em naruto, gerando discussões sobre um final alternativo com ele no centro.
A trajetória de Orochimaru em Naruto oferece um dos estudos de caso mais complexos sobre o desenvolvimento de antagonistas em uma longa saga de mangá e anime. Introduzido como uma força da natureza na Parte 1, sua ameaça era palpável, baseada em um intelecto perverso, domínio de jutsus proibidos e uma indiferença completa ao valor da vida humana, incluindo a de seus subordinados mais leais.
Inicialmente, Orochimaru personificava o mal em sua forma mais pura e egoísta. Enquanto outros vilões subsequentes buscavam ideais grandiosos, como paz utópica ou domínio divino, a motivação do Sannin lendário era intrinsecamente pessoal: a busca pela imortalidade e o domínio de todas as técnicas existentes. Essa fixação o tornava um adversário assustador, capaz de deixar personagens centrais em estado de choque apenas com sua presença.
A Diluição da Ameaça
Contudo, com a progressão da narrativa para a Parte 2 e a introdução de Akatsuki, o poder de Orochimaru parece ter estagnado em relação aos novos inimigos. Vilões munidos de habilidades visuais aprimoradas, como o Dojutsu, e poderes destrutivos de escala global, relegaram o antigo Sannin a um papel progressivamente menor. Essa discrepância na escala de poder fez com que a aura de perigo que ele emanava se dissipasse, um fenômeno frequentemente notado por analistas da obra.
Apesar de seus crimes hediondos, a subsequente redenção ou, no mínimo, o perdão concedido a ele levanta questionamentos sobre a coerência moral da trama. Muitos espectadores sentem que o potencial malévolo inicial não foi totalmente explorado ou sustentado ao longo do clímax da série.
Um Clímax Alternativo com Maior Malevolência
Uma linha de raciocínio sugere que seria mais impactante se Orochimaru tivesse ascendido a um nível de poder compatível com a ameaça que representava no início. A expectativa residia em vê-lo evoluir, talvez incorporando novas técnicas proibidas ou absorvendo entidades mais poderosas, como o corpo de Kabuto Yakushi, em vez de apenas recuperar suas habilidades originais após o selamento. Enfrentá-lo no ápice de seu poder, em um duelo final contra Naruto Uzumaki e Sasuke Uchiha, teria servido como um espelho poderoso do crescimento dos protagonistas, replicando a tensão vista no confronto inicial na Floresta da Morte, mas em uma escala muito maior.
Em contraste, os vilões finais, Madara Uchiha e Kaguya Otsutsuki, foram criticados por terem arcos narrativos apressados ou mal construídos. Enquanto Madara foi um antagonista altamente aguardado, sua resolução final foi considerada anticlimática por muitos. Kaguya, por sua vez, surgiu com pouca antecipação na narrativa, carecendo de uma construção de mundo rica que justificasse sua posição como inimiga ancestral.
A fascinação por Orochimaru reside em sua singularidade: ele era o vilão que lutava puramente por si mesmo, sem visões messiânicas. Esta característica o destaca como um antagonista mais tradicional e, para alguns, mais memorável em seu papel de pura malevolência contra a luta pela paz que dominou o arco final.