A complexa estrutura de propriedade intelectual por trás do sucesso de 'one-punch man'
Análise revela que a propriedade de One-Punch Man não pertence a uma única entidade, mas é gerida por um comitê complexo de criadores e investidores.
O fenômeno global de One-Punch Man, aclamado por sua sátira ao gênero de super-heróis, opera sob uma estrutura de propriedade intelectual surpreendentemente fragmentada. Diferente de muitas franquias que nascem sob o controle estrito de uma única corporação, o IP da série é compartilhado entre diversas companhias e indivíduos que contribuíram para sua criação e distribuição.
Essa complexidade é uma prática comum na indústria de anime japonesa, onde a formação de comitês de produção é essencial para diluir o risco financeiro entre múltiplos investidores. No caso de One-Punch Man, essa rede de propriedade envolve os pilares criativos e as entidades responsáveis por levar a história para diferentes mídias.
Os Detentores Primários do IP
No núcleo da criação, encontram-se os próprios autores. O criador da história original, conhecido como ONE, e o artista responsável pela adaptação em mangá, Yusuke Murata, detêm participações cruciais. A editora Shueisha, por sua vez, atua como a publicadora do mangá no Japão, enquanto a Viz Media frequentemente gerencia o licenciamento na América do Norte.
A diversificação se acentua quando olhamos para as adaptações animadas. O modelo de comitê de produção garante que diferentes estúdios assumam o desafio de animação a cada nova fase da série, refletindo ajustes nos acordos de investimento:
- Primeira Temporada: A estreia de alto impacto visual foi orquestrada pelo renomado estúdio Madhouse.
- Segunda e Terceira Temporadas (Produção em andamento): A responsabilidade pela animação passou para o estúdio J.C.Staff, indicando uma alteração na composição do comitê para essas fases subsequentes.
Direitos de Transmissão e Distribuição Global
Redes de televisão japonesas, como a TV Tokyo, são integrantes vitais desses comitês, pois detêm os direitos de transmissão dentro do território japonês. Fora do Japão, a distribuição é um mosaico de acordos de licenciamento regionais.
Plataformas de streaming internacionais, como a Hulu, Disney+ e Netflix, dependem de contratos de licenciamento específicos para disponibilizar as temporadas aos seus assinantes. Além delas, empresas como Muse Communication frequentemente adquirem direitos de distribuição para territórios asiáticos específicos, provando que a longevidade e o alcance de One-Punch Man dependem de uma teia intricada de parceiros comerciais.
Essa repartição de responsabilidades financeiras e criativas é fundamental para entender as decisões tomadas ao longo do desenvolvimento da produção, como as mudanças no estúdio de animação. O modelo protege os envolvidos, mas centraliza a gestão do licenciamento em um grupo seletivo de investidores que compram e utilizam a propriedade intelectual consolidada, em vez de ser um ativo pertencente a uma única fonte corporativa.