Redescobrindo o início da animação japonesa: O interesse crescente por animes pré-1990
Após o impacto de novas produções, entusiastas buscam mergulhar na era de ouro da animação japonesa anterior a nomes consagrados.
A recente onda de popularidade gerada por novas iterações de franquias clássicas, como a mais recente aparição de Gundam, tem levado a um fenômeno interessante no cenário da animação japonesa: a redescoberta das obras originais lançadas antes de 1990. Um fã, influenciado por esse ressurgimento, compartilhou sua experiência ao começar a assistir ao anime Gundam do zero, declarando-se surpreendido pela qualidade e pelo apreço que encontrou nas produções mais antigas.
Nascido na década de 1990, este entusiasta de animação japonesa admitiu possuir profundo conhecimento sobre títulos lançados a partir daquele marco temporal, mas lamenta a lacuna em seu repertório em relação ao que veio antes, com exceção notável por adaptações baseadas em literatura ocidental.
O apelo da era pré-digital
A animação japonesa pré-1990 representa um período fundamental, marcado por abordagens narrativas e visuais distintas, muitas vezes moldadas pelas limitações tecnológicas da época, o que forçava os estúdios a priorizarem a criatividade no enquadramento e no desenvolvimento de personagens. Títulos desse período, como Astro Boy ou obras de Osamu Tezuka, estabeleceram as bases para o que o meio se tornaria décadas depois.
O interesse em explorar essa filmografia não se restringe apenas a obras de ficção científica mecha, como o próprio Gundam (cujo original estreou em 1979). Muitos buscam séries que apresentavam um foco maior na construção de mundos originais, ambientados em narrativas puramente japonesas, evitando releituras de clássicos como 20.000 Léguas Submarinas ou produções baseadas em contos europeus.
Expandindo o horizonte cultural
A busca por animes japoneses originais dessa época é, em essência, um esforço para compreender a evolução cultural e artística do meio antes da explosão global que aconteceu nos anos 90 e 2000. A produção de animação japonesa da década de 1980, por exemplo, viu o surgimento de filmes de grande prestígio e séries que exploravam temas complexos de fantasia e ficção científica, como Akira (lançado em 1988), que demonstrou o potencial cinematográfico do formato.
Para aqueles que desejam se aventurar por essa fase pioneira, o foco recai em títulos que solidificaram gêneros inteiros ou que foram visionários em sua época. A descoberta dessas pérolas cinematográficas e televisivas oferece uma perspectiva valiosa sobre como a indústria japonesa se desenvolveu artisticamente, revelando as raízes de muitas das narrativas que dominam as telas contemporâneas.