A enigmática reintrodução de griffith e o mistério do cemitério de espadas em berserk
A aparição de Griffith em um ponto chave da narrativa, junto a Zodd, reacende debates sobre sua verdadeira natureza e temporalidade.
Um momento de grande impacto na continuidade da obra Berserk, particularmente no oitavo volume da edição de luxo, tem gerado intensas análises sobre a identidade e o status atual de Griffith. A cena em questão, ambientada no sombrio Cemitério de Espadas, mostra o retorno do personagem após ele vir acompanhado de Casca, levantando sérias questões sobre a continuidade temporal e a forma da entidade que agora veste sua imagem.
O Retorno e a Dúvida Metafísica
A presença de Griffith neste cenário pós-sacrifício coloca os leitores diante de um dilema central: estamos testemunhando o Femto, agora reencarnado na forma física de Griffith, ou há uma complexidade maior envolvendo a alma ou o ser que ocupa aquele corpo? A natureza do retorno, após eventos tão cataclísmicos, sugere que este indivíduo não é meramente uma cópia, mas sim uma encarnação de um poder cósmico que transcende a carne mortal.
Para muitos, a distinção entre o ser angelical conhecido como Femto e o renascimento de Griffith é tênue, mas crucial para entender o arco narrativo em curso. Se for a mesma entidade, isso implica que o sacrifício da Banda do Falcão serviu como um portal direto para o retorno completo, com memórias e ambições intactas ou até aprimoradas. Contudo, a maneira como ele interage com o mundo físico, retornando a locais de intensa significância como o Cemitério de Espadas, adiciona camadas de interpretação ao seu renascimento.
A Inclusão Inesperada de Zodd
A situação se torna ainda mais complexa com a presença de Guts e, notavelmente, a aparição de Zodd, o Imortal, no mesmo local. Zodd, um ser de imensa longevidade e poder demoníaco, atua como um guardião não oficial do passado e dos mistérios relacionados à linhagem dos Apóstolos e ao próprio Deus Mão. Sua presença ao lado de Griffith intensifica a confusão cronológica e dimensional da cena.
A interação entre essas três figuras - o renascido Griffith/Femto, o guerreiro atormentado Guts e o ancestral Zodd - no cemitério historicamente ligado à Espada da Matança sugere um encontro de forças primordiais. Zodd, que em vida jurou lealdade a quem pudesse fazê-lo batalhar até a morte, encontra-se em um novo arranjo de poder. Isso pode sinalizar que ele reconhece a nova autoridade de Griffith, não apenas como um usuário da marca do sacrifício, mas como uma entidade que cumpre profecias antigas, ligadas talvez ao conceito de um rei esperado ou a um ciclo de eventos que antecede até mesmo a ascensão da Mão de Deus a que pertencia Griffith.
A análise aponta que este momento no volume 8 não é apenas um ponto de virada dramático, mas um dispositivo narrativo fundamental para recontextualizar as regras do universo de Kentaro Miura e estabelecer as novas fronteiras do conflito entre a luz (simbolizada pelo novo Griffith) e as trevas que Guts tenta combater. A ambiguidade intencional força uma reavaliação de tudo o que se acreditava saber sobre o ciclo de morte e renascimento no mundo de Berserk.