Análise teórica: O ritual de imortalidade de hidan seria anulado pela regeneração extrema de personagens lendários de naruto?

A imortalidade relativa de Hidan, adquirida através do ritual de sacrifício e da devoção ao deus Jashin, representa um dos conceitos mais singulares e difíceis de lidar no universo Naruto. Sua habilidade de ignorar ferimentos letais, desde que consiga completar o processo de absorção do sangue, o torna um adversário persistente. Contudo, surge uma questão intrigante quando colocamos em cena personagens com capacidades regenerativas lendárias, como a Quinta Hokage, Tsunade, ou o Primeiro Hokage, Hashirama Senju.

O cerne da especulação reside na natureza da conexão estabelecida pelo ritual. Uma vez que Hidan corta a pele de sua vítima, ele estabelece um vínculo energético através do qual os danos infligidos ao seu corpo são replicados no alvo, e vice-versa. Se um corte é feito no coração de Hidan, o mesmo ferimento fatal se manifesta no oponente. A dúvida crucial é se esse intercâmbio de danos é puramente destrutivo ou se ele também englobaria processos de cura.

A reciprocidade do dano e regeneração

Se a lógica do ritual exige que o dano seja compartilhado, parece intuitivo que qualquer reparo celular acelerado sofrido por uma das partes deva, em tese, beneficiar a outra, especialmente em ferimentos não instantaneamente fatais. Pensemos em um ferimento superficial em um braço. Se Hidan é empalado no braço, mas Tsunade possui uma regeneração celular exponencialmente superior, a cura dela seria tão rápida que o dano em Hidan desapareceria antes mesmo que ele pudesse ser efetivamente incapacitado?

A regeneração de Tsunade, baseada no Jutsu de Criação e Restauração Divina, é conhecida por curar ferimentos graves em segundos. Se Hidan recebesse uma estocada no pulmão, mas o corpo de sua vítima estivesse ativamente reparando o tecido simultaneamente, o dano infligido a Hidan seria revertido quase que imediatamente. Seria uma corrida contra o tempo entre a eficácia da maldição e a velocidade da bioengenharia ninja.

Limites da Imortalidade de Jashin

No entanto, a doutrina por trás do Jashinismo pode impor limites a essa reciprocidade. A maldição de Hidan é, em última análise, uma forma de 'doença' ou 'transposição de energia negativa'. É possível que a natureza divina ou espiritual do pacto com Jashin impeça que efeitos curativos naturais, como os ativados por chakra ou o poder de um Sannin lendário como Tsunade, interfiram na vinculação. A regeneração de Hashirama Senju, por exemplo, era quase lendária, permitindo-lhe selar ferimentos graves enquanto lutava contra o Shukaku.

Um argumento contrário sugere que o ritual simplesmente força a entrada do dano, sem considerar a capacidade do hospedeiro de lidar com ele. Se Hidan for esmagado ou tiver o coração fisicamente removido (mesmo que temporariamente), a intensidade desse trauma absoluto pode ser severa demais para ser mitigada por qualquer regeneração, pois ultrapassa o limiar de defesa do corpo, focando na transferência do trauma estrutural, não apenas de um ferimento superficial.

A análise se estende à possibilidade de que a própria fé de Hidan em Jashin o torne impermeável a qualquer benefício que não venha de seu deus. Seu estado de imortalidade não é auto-regeneração, mas sim uma negação da morte através de um acordo externo. Assim, a cura natural de um oponente poderoso, enquanto benéfica para ele, poderia não ter qualquer efeito causal sobre a integridade física de Hidan, transformando-o em uma 'âncora' de dano que permanece fixa, independentemente da resiliência da vítima após o sacrifício inicial.