A saga de boruto: A recepção morna de sucessor de naruto e o dilema da narrativa canônica
A jornada de boruto, continuação de naruto, enfrenta críticas sobre seu tom 'insosso' e a complexidade de suas histórias paralelas, dividindo a base de fãs.
Desde que Boruto: Naruto Next Generations assumiu o legado do influente Naruto, a obra carrega o peso de uma das franquias de anime e mangá mais queridas do mundo. Enquanto muitos fãs redescobrem a jornada original, a sequência enfrenta um escrutínio intenso sobre sua qualidade e direção criativa.
Após revisitar a série original e confirmar sua qualidade atemporal, a audiência se depara com uma proposta diferente em Boruto. Observações recentes apontam para uma percepção de que a nova geração carece do mesmo impacto emocional, sendo descrita por alguns como bland, ou insossa, em comparação com a intensidade de seu antecessor.
O desafio de manter um tom cativante
A narrativa de Boruto foca em Boruto Uzumaki, filho do Sétimo Hokage, Naruto. A história tenta estabelecer uma nova dinâmica em Konoha, introduzindo ameaças interdimensionais e mistérios ligados ao clã Otsutsuki. Contudo, a transição de uma jornada de superação, típica do público shonen clássico, para um cenário onde os protagonistas já lidam com poderes quase divinos, parece ter alterado a ressonância da série.
A ausência da garra e do desenvolvimento gradual, características marcantes de animes como o de Masashi Kishimoto, é um ponto de frustração para quem busca a mesma jornada de heroísmo e esforço vista antes.
A confusão entre cânone do mangá e do anime
Um obstáculo significativo na apreciação de Boruto, apontado por quem acompanha a animação, é a estrutura de produção da história. A série se desdobra em duas linhas narrativas principais que frequentemente se sobrepõem ou divergem:
- Cânone do Mangá: Adaptado diretamente do material original desenhado por Mikio Ikemoto, este arco é geralmente mais acelerado e focado nos eventos cruciais da trama principal.
- Cânone do Anime: Engloba os chamados fillers ou arcos originais desenvolvidos especificamente para a animação. Estes episódios visam expandir o universo, desenvolver personagens secundários e, muitas vezes, servir como pontes temporais entre os capítulos do mangá.
Essa divisão cria um caminho tortuoso para o espectador casual. A necessidade de acompanhar ambas as vertentes para ter um panorama completo da história complexifica a experiência de assistir, exigindo um nível de dedicação maior para navegar entre o que é essencial para a progressão da trama e o que é apenas material de preenchimento.
Analisar a viabilidade de Boruto exige, portanto, que o espectador confronte suas expectativas criadas pela era Naruto contra a ambição de construir um novo universo, equilibrando a necessidade de uma narrativa coesa com a complexidade de produções que se estendem por diferentes mídias simultaneamente.